Pesquisadora sugere colocar sal em chá para deixar bebida menos amarga e gera debate nas redes sociais

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Autora diz que adicionar uma pequena quantidade de sal — não o suficiente para mudar sabor — faz o chá parecer menos amargo porque “os íons de sódio no sal bloqueiam os receptores [de sabores] amargos em nossas bocas”. Pesquisadora também defende fazer o chá em uma panela pré-aquecida, agitando o saquinho por um curto período de tempo, mas vigorosamente, e servindo em uma caneca curta e robusta para preservar o calor.
Connie Ma/Creative Commons
Uma pesquisadora e professora de química da faculdade norte-americana Bryn Mawr College Michelle Francl movimentou o mundo dos amantes de chá nesta semana ao dizer que, para a bebida ficar perfeita, seria necessário colocar uma pitada de sal.
A “dica” está no livro “Steeped: The Chemistry of Tea” (Embebido: A Química do Chá; em tradução livre), publicado pela organização científica do Reino Unido Royal Society of Chemistry, na última quarta-feira (24).
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A autora diz que adicionar uma pequena quantidade de sal — não o suficiente para mudar sabor — faz o chá parecer menos amargo porque “os íons de sódio no sal bloqueiam os receptores [de sabores] amargos em nossas bocas”.
Ela também defende fazer o chá em uma panela pré-aquecida, agitando o saquinho por um curto período de tempo, mas vigorosamente, e servindo em uma caneca curta e robusta para preservar o calor.
Porém, a ideia de Fancl não foi bem recebida pelos amantes de chá do Reino Unido, que veem os norte-americanos como péssimos bebedores de chá, já que fazem a bebida no micro-ondas.
“Nunca diga a palavra ‘sal’ para nós…” escreveu a página Debrett’s Etiquette, um guia de etiqueta da Inglaterra, que existe há mais de 200 anos, no X (anteriormente conhecido como Twitter).
A Embaixada norte-americana em Londres também entrou no debate e publicou nas redes sociais dizendo ser impensável adicionar sal à bebida, e que a dica da professora estadunidense não é uma política oficial dos Estados Unidos.
“Vamos nos unir em nossa profunda solidariedade e mostrar ao mundo que, quando se trata de chá, somos um só”, dizia o post irônico. “A Embaixada dos EUA continuará a fazer chá da maneira adequada – (apenas) colocando-o no micro-ondas.”
A embaixada esclareceu depois que a sua declaração era mais “uma brincadeira” do que um comunicado de imprensa oficial.
Após toda a discussão, Francl disse que ficou surpresa com a reação sobre a dica do sal. “Eu meio que entendi que haveria muito interesse (no assunto)”, afirmou à Associated Press. “Eu só não sabia que teríamos uma conversa diplomática com a Embaixada dos EUA.”
A autora ainda escreve que o leite — caso colocado na bebida — deve ser adicionado à xícara depois do chá, e não antes – outra questão que costuma dividir os amantes do chá.
O livro, publicado depois de três anos de pesquisa, explora os mais de 100 compostos químicos encontrados no chá e dá dicas sobre como preparar uma xícara melhor.
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