Governo do Paraná exonera servidor suspeito de envolvimento em suposto esquema de rachadinha no gabinete do deputado estadual Ricardo Arruda

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Lucas Dorini Sabatto atuava na Secretaria de Justiça e Cidadania. Ele negou ter trabalhado para Arruda. Defesa do parlamentar avaliou buscas do Ministério Público como ‘desnecessárias’. Deputado estadual Ricardo Arruda (PL)
Dálie Felberg/Alep
O Governo do Paraná exonerou, nesta quarta-feira (25), o servidor comissionado Lucas Dorini Sabatto, investigado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por suposto envolvimento em uma esquema de rachadinha no gabinete do deputado estadual Ricardo Arruda (PL).
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Sabatto trabalhava na Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania. Ele negou à RPC que foi funcionário de Arruda.
Em nota, o governo informou que “diante dos fatos, optou pela exoneração do servidor Lucas Dorini Sabatto, lotado na Secretaria de Justiça e Cidadania desde julho de 2023”.
Ainda segundo o governo, Lucas não trabalhava no Executivo em 2019, período dos supostos crimes investigados pelo Ministério Público.
Na época, segundo a nota do governo estadual, ele era chefe de gabinete do deputado Ricardo Arruda.
Em nota, Sabatto disse que pediu a própria exoneração nesta quarta até que os fatos sejam esclarecidos e disse que nunca foi chefe de gabinete do parlamentar.
A operação
A operação do Ministério Público cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em Curitiba, São Paulo e Espírito Santo do Pinhal, município do interior paulista.
Promotores foram ao gabinete de Arruda na Assembleia Legislativa do Paraná, onde ficaram por aproximadamente duas horas. Na casa do deputado, o Ministério Público apreendeu armas que estariam sem cadastro na Polícia Federal.
A defesa de Arruda considerou as buscas desnecessárias. Veja abaixo.
Gaeco cumpre mandados na casa e no gabinete do deputado estadual Ricardo Arruda (PL)
As investigações
O Ministério Público buscou, na operação desta quarta, reforçar provas de que Arruda teria criado um esquema para ficar com parte dos salários de assessores dele na Assembleia, prática chamada de rachadinha.
De acordo com os promotores, o deputado também é investigado por concussão (corrupção praticada por agentes públicos) e lavagem de dinheiro.
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Mandados autorizados pelo TJ
Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo desembargador Jorge de Oliveira Vargas, relator do caso no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
No despacho obtido pela RPC, o magistrado afirma que as medidas são necessárias “para que o Ministério Público possa angariar outras informações sobre inúmeras transações financeiras suspeitas e sobre o grau de envolvimento de todos os agentes”.
O que diz a defesa de Arruda
“Uma busca desnecessária, decorrente de uma investigação de 2020, já devidamente elucidada. Tudo já havia sido esclarecido, com comprovação testemunhal e documental, inclusive. Buscaremos entender o real motivo dessa busca. E afirmamos não haver elementos à justificar extremada medida.
Equivocadamente, e sem justificativa, apreenderam armas na residência do Deputado, com registro válido e devidamente recadastradas no SINARM [Sistema Nacional de Armas].
A informação dada é de que não estavam encontrando no sistema, embora tenhamos apresentado o protocolo do recadastramento. Tudo está sendo esclarecido.”
Deputado também é investigado por tráfico de influência
Em março deste ano, o g1 e a RPC revelaram que o deputado Arruda é investigado pelo MP-PR por tráfico de influência. A denúncia é de 2020, entretanto, se tornou pública após queda de sigilo neste ano.
Arruda foi denunciado pelo órgão por suspeita de receber quase meio milhão de reais para influenciar o avanço de pedidos de terceiros junto ao Governo do Paraná e ao Judiciário.
Na época, ele falou que a denúncia não tinha provas e fez acusações contra assessores.
Ricardo Arruda está no terceiro mandato na Assembleia Legislativa.
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