Exclusivo: militares desligaram intencionalmente rede elétrica do quartel do Exército de onde 21 metralhadoras foram roubadas

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O apagão fez com que o sistema de câmeras de segurança do Arsenal de Guerra de Barueri, na Grande São Paulo, parasse de funcionar. A TV Globo apurou que peritos do Exército encontraram impressões digitais de militares deste quartel em alguns quadros de energia. Exclusivo: militares desligaram intencionalmente rede elétrica do quartel do Exército de onde 21 metralhadoras foram roubadas
Jornal Nacional/ Reprodução
O Jornal Nacional teve acesso aos detalhes da investigação do furto de 21 metralhadoras de um quartel do Exército na Região Metropolitana de São Paulo. A reportagem é do Kleber Tomaz, do g1, e do Bruno Tavares.
As investigações indicam que militares desligaram intencionalmente a rede elétrica do Arsenal de Guerra de Barueri, na Grande São Paulo. O apagão fez com que o sistema de câmeras de segurança parasse de funcionar. A TV Globo apurou que peritos do Exército encontraram impressões digitais de militares deste quartel em alguns quadros de energia.
Em nota divulgada em 19 de outubro, o Exército informou que o furto das armas teria ocorrido entre 5 e 8 de setembro. A última vez que um militar entrou no depósito e recontou as armas foi no dia 6 de setembro. A partir do dia 7, feriado da Independência, os militares só conferiram se a porta permanecia lacrada. Trinta e três dias depois, em 10 de outubro, um subtenente viu sinais de arrombamento e percebeu que o lacre tinha sido trocado.
Os militares encarregados de conferir o lacre estão sendo investigados por infrações disciplinares. Eles tinham a obrigação de verificar se o lacre – que é numerado – era o mesmo colocado no dia 6 de setembro, quando foi feita a última contagem das armas.
Os peritos ainda encontraram na porta do depósito de armas impressões digitais de um cabo, motorista do então diretor do Arsenal de Guerra. O motorista não tinha autorização para circular pelo local. Os investigadores suspeitam que ele se aproveitou do livre acesso que tinha ao quartel como homem do confiança do então diretor da unidade.
A principal linha de investigação indica que o motorista usou a viatura oficial do diretor do Arsenal de Guerra para tirar as metralhadoras do quartel sem levantar suspeitas. Militares que acompanham a investigação reconhecem que o carro do diretor raramente é revistado quando chega ou sai da unidade.
Furto de 21 metralhadoras de arsenal do Exército: saiba os riscos da circulação dessas armas para segurança pública
O ex-diretor do Arsenal de Guerra, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, não é investigado no inquérito que apura o caso. Ele foi exonerado do cargo e será transferido.
Os investigadores avaliam que os indícios reunidos até agora são suficientes para pedir à Justiça a prisão dos suspeitos. Além do motorista, outros seis militares – de patentes como cabo, soldado, sargento e tenente – são investigados por participar do crime. A expectativa é que as quebras dos sigilos bancário e fiscal ajudem a identificar quem negociou as armas com o crime organizado.
Das 21 metralhadoras levadas do quartel, 17 já foram recuperadas – oito no Rio de Janeiro e nove em São Paulo. O Exército continua atrás de pistas que levem às quatro armas que seguem desaparecidas.
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