Família de escrivã encontrada morta questiona inquérito da Polícia Civil e acusa corregedoria de parcialidade

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Pai de Rafaela Drumond usa como argumento trechos do próprio inquérito que mostram relatos da filha denunciando episódios de assédio e omissão. A Justiça isentou investigador. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil que morreu em Barbacena
Reprodução/Redes Sociais
Familiares da escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta em casa em junho deste ano, questionam o inquérito da Polícia Civil que baseou a decisão judicial de não incriminar o investigador Celso Trindade de Andrade.
Já o caso envolvendo o delegado Itamar Cláudio Netto ainda será analisado pelo Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de “menor potencial ofensivo”. Tanto Itamar quanto Celso eram suspeitos de assediar Rafaela no ambiente de trabalho.
Para Aldair Drumond, pai de Rafaela, o inquérito foi “favorável” aos suspeitos. O investigador não responderá criminalmente, enquanto o delegado responderá por infração considerada de menor potencial ofensivo.
A policial foi encontrada morta em Antônio Carlos, na Zona da Mata, na casa dos pais, no dia 9 de junho, pouco depois de relatar episódios de assédio sofridos na Delegacia de Carandaí, na mesma região, onde trabalhava. O caso foi registrado como suicídio.
ENTENDA: Justiça isenta investigador suspeito de assediar escrivã encontrada morta em Minas Gerais
Mudança de comportamento
Segundo o pai de Rafaela, o comportamento dela mudou depois que começou a trabalhar na Polícia Civil, sobretudo a partir de agosto de 2022, quando os episódios de assédio sexual por parte do investigador teriam começado.
Aldair disse que Rafaela denunciou a situação ao delegado responsável, mas que ele decidiu não tomar nenhuma atitude — o que, para a família, configura assédio moral.
O pai de Rafaela apontou trechos do próprio inquérito, em conversas que ela relatou esses episódios de assédio e de omissão. Em junho, o g1 revelou em primeira mão o teor de algumas dessas conversas.
Conversas de Rafaela apresentadas no inquérito apontadas pelo pai.
Reprodução
Conversas de Rafaela apresentadas no inquérito apontadas pelo pai.
Reprodução
Ministério Público
Aldair também questionou a posição do Ministério Público, que seguiu totalmente o entendimento do inquérito policial no relatório final apresentado à Justiça.
A defesa do investigador Celso Trindade de Andrade afirmou que “não foi provado assédio sexual, não foi provado assédio moral, muito menos instigação ao suicídio” e que as razões para o fato foram de “cunho pessoal”.
Procurados pelo g1, a Polícia Civil e o Ministério Público não se manifestaram até a última atualização desta reportagem.
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