
Diante de um cenário macroeconômico desafiador, marcado por juros elevados e instabilidade no crédito, o consórcio voltou ao centro do debate como uma alternativa viável para a aquisição de bens e serviços. Em entrevista ao programa Papo de Dinheiro, Fernando Brito, sócio do Grupo Maldivas e especialista em planejamento financeiro com consórcios, fez um alerta: “Consórcio é estratégia, e não produto de prateleira. E mais: não é para todo mundo”.
Segundo Brito, a popularização dos consórcios cresceu com a alta dos juros, tornando o modelo mais atrativo em relação ao financiamento tradicional. No entanto, ele destaca que a escolha exige planejamento e um rigoroso alinhamento de expectativas. “Se você tem pressa e não tem dinheiro, consórcio não é para você”, resume.
Quem pode se beneficiar com consórcio
O consórcio pode ser uma alternativa interessante em diversos cenários, desde que o contratante tenha liquidez ou prazo para esperar a contemplação. Existem quatro principais modalidades de consórcio:
- Imóveis: compra, reforma, construção ou substituição de financiamento;
- Veículos: carros, caminhões, máquinas pesadas, lanchas e barcos;
- Serviços: de viagens a tratamentos estéticos e até fertilização in vitro;
- Linha branca: eletrodomésticos como geladeiras e fogões.
“Tudo começa com a previsibilidade”, reforça Brito. “Quem se planeja, consegue usar o consórcio como ferramenta de alavancagem patrimonial ou para diversificar seus investimentos.”
Carta contemplada e mercado secundário
Outro ponto importante abordado por Brito foi o crescimento do mercado de cartas contempladas, em que é possível adquirir cotas já sorteadas ou ofertadas por lance. Apesar de oferecer acesso imediato ao crédito, ele alerta para os riscos de golpe e fraude: “Já vimos clientes perderem dinheiro por entrarem com vendedores não homologados ou empresas sem credibilidade.”
Para pessoas jurídicas, estratégia e fluxo de caixa
O consórcio também vem sendo usado por empresas como ferramenta de reestruturação financeira. “É possível adquirir imóveis, renovar frota e até levantar capital para quitar dívidas, sem comprometer o balanço com mais uma linha de crédito tradicional”, explica o executivo.
Em um exemplo prático, Brito relatou uma operação de R$ 15 milhões para construção de galpão logístico com uso do consórcio, que evitou o impacto de um financiamento tradicional no capital de giro da companhia.
Atenção aos riscos e às taxas escondidas
O especialista destaca ainda que muitos consumidores não entendem o funcionamento do consórcio, acreditando se tratar de uma operação garantida. “Quem promete contemplação em prazo fixo, está vendendo ilusão”, alerta. Brito lembra que, ao desistir do consórcio, o participante pode ter que esperar anos para receber de volta o que investiu — com direito a multas e taxas.
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