Dólar vai subir ainda mais? Especialista explica o impacto para o investidor

Dólar vai subir ainda mais? Especialista explica o impacto para o investidor

Otávio Barros, especialista em mercado internacional na Fami Capital, discute as razões por trás da valorização do dólar e as perspectivas para os investidores brasileiros em um cenário de juros altos e desafios fiscais no Brasil.

Por que o dólar está forte?

Otávio Barros começa explicando que o fortalecimento do dólar não é uma particularidade do Brasil. Ele observa que, globalmente, a moeda norte-americana tem se destacado. “O dólar já vinha em movimento de valorização nos últimos anos, e a eleição de Donald Trump acelerou esse processo, com uma expectativa de que o dólar se mantenha forte frente a outras moedas”, afirmou Barros.

Ele cita que as promessas feitas por Trump, como a redução de impostos para empresas e a busca por uma economia mais forte nos Estados Unidos, têm contribuído para esse cenário. Além disso, o fortalecimento da economia americana, com números positivos, está refletindo diretamente nos juros elevados do país. “Com uma economia aquecida e juros altos, o dólar tende a continuar forte, atraindo investimentos de todo o mundo”, explicou.

O que o Brasil enfrenta nesse cenário?

Barros também abordou o impacto da atual situação econômica brasileira, caracterizada por inflação acima da meta e a desconfiança do mercado quanto à capacidade fiscal do governo. “O Brasil precisa fazer a lição de casa”, afirmou. A falta de credibilidade no governo, agravada por um quadro fiscal instável, está impactando diretamente na valorização do real, que continua desvalorizado frente ao dólar.

Segundo o especialista, a situação interna do Brasil é um dos fatores que contribui para o fortalecimento do dólar, criando desafios adicionais para o país. “Enquanto o Brasil não conseguir demonstrar um comprometimento claro com a solução do seu problema fiscal, a moeda brasileira vai continuar sofrendo”, destacou.

Investir em ativos dolarizados: uma estratégia fundamental

O especialista também foi questionado sobre o momento certo para o investidor diversificar sua carteira com ativos dolarizados. “O dólar é um grande termômetro do risco econômico global. Se o dólar está acima de R$ 6, isso já é um sinal de alerta. É hora de pensar em dolarizar parte do portfólio”, afirmou Barros.

Ele sugeriu que, mesmo com a alta do dólar, é uma boa oportunidade para o investidor buscar proteção, por meio da compra de ativos dolarizados, como ETFs, fundos de renda fixa e ações de empresas dos Estados Unidos. “É importante lembrar que, ao investir nos Estados Unidos, você não está apenas comprando dólares, mas também acessando um mercado de inovação e empresas de alto nível”, explicou.

Diversificação: uma estratégia de longo prazo

De acordo com Barros, a diversificação é uma estratégia fundamental para os investidores brasileiros. “O investidor deve pensar na internacionalização de seus ativos de forma estrutural, não como uma tática de curto prazo. Ter parte do portfólio dolarizado é essencial para a proteção contra a volatilidade da moeda brasileira”, afirmou.

Ele ainda acrescentou que o investidor conservador, que historicamente preferia investir apenas no Brasil, precisa repensar sua estratégia. “Ser conservador, no contexto atual, significa ter uma parte do patrimônio fora do Brasil. A moeda real tem se mostrado muito volátil, e isso afeta diretamente o risco do portfólio”, explicou.

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