De voto indireto a demora na apuração: entenda as eleições nos EUA

Eleições presidenciais dos EUA: o que você precisa saber

A 60ª eleição presidencial dos Estados Unidos será realizada no dia 5 de novembro de 2024. Essa é uma das eleições mais esperadas do mundo, não apenas pela importância da economia americana, mas também pela complexidade do processo eleitoral. Diferente do Brasil, o voto não é obrigatório, o que exige esforço extra dos partidos para mobilizar os eleitores.

Nos EUA, o presidente não é eleito diretamente pelo voto popular, mas pelo Colégio Eleitoral, composto por 538 delegados. “Esses delegados são representantes de cada um dos estados da Federação, mais o Distrito de Columbia, onde onde fica Washington DC” explica Ana Claudia Ruy Cardia Atchabahian, professora de Direito Internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Para vencer, um candidato precisa conquistar pelo menos 271 votos. Cada estado tem um número específico de delegados e “geralmente esse número é calculado a partir do número de pessoas que estão naqueles estados”, comenta a professora.


Primárias e Caucus: como os candidatos são escolhidos

O processo eleitoral americano começa com as primárias e caucus, de janeiro a junho. “A maioria dos Estados Unidos tem primárias, que são movimentos em que os eleitores escolhem os candidatos dentro de um determinado partido para que representem, possam representar as eleições.” explica Ana Claudia Ruy Cardia Atchabahian, da UPM.

A primeira disputa costuma acontecer em Iowa, mas, logo nos primeiros meses, os favoritos ganham destaque e concentram mais apoio e recursos para seguir na campanha. Embora os EUA permitam candidaturas independentes, o sistema é amplamente dominado pelos Partidos Democrata e Republicano, com poucos espaços para outras forças políticas.


Colégio Eleitoral: o sistema de voto indireto

Diferente do Brasil, o voto nos EUA é indireto. Os eleitores votam em delegados, que são os responsáveis por escolher o presidente e o vice-presidente. Segundo a professora de Direito Internacional da UPM, Ana Claudia Ruy Cardia Atchabahian “os eleitores de um determinado estado, escolhem qual vai ser a presidente, votam, e os delegados avaliam dentro daquele estado quem teve o maior número de votos, e a partir disso irão fazer essa representação, ou seja, escolher o candidato ali que será eleito.

Esse sistema permite que um candidato vença a eleição sem ter a maioria dos votos populares. A professora lembra as eleições de 2016, onde “a Hillary teve mais votos em geral, porém, a eleição não foi definida pelos votos da população, mas sim pelos votos dos delegados, e os delegados tinham votado em número maior para o Donald Trump”.

Esse processo de votação faz com que a apuração dos votos seja mais lenta do que no resto do país.

Ana Claudia Ruy Cardia Atchabahian, professora de Direito Internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)
(Foto: Reprodução)

A influência dos Swing States

Alguns estados, chamados de swing states, podem decidir a eleição por serem politicamente imprevisíveis. Esses estados recebem atenção especial dos candidatos, pois costumam alternar entre democratas e republicanos ao longo dos anos. “Esses estados podem ser definidores nessa diferença do número de delegados.” analisou a Ana Claudia Ruy Cardia Atchabahian.


Por que o sistema eleitoral dos EUA é assim?

O sistema indireto do Colégio Eleitoral foi criado durante a independência dos Estados Unidos. À época, os estados temiam concentrar o poder nas mãos do legislativo federal e enfrentavam desafios de comunicação e logística que dificultavam uma eleição direta. Assim, o Colégio Eleitoral foi estabelecido como uma forma de equilibrar o poder entre os estados.


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