Dólar em Alta: é hora de comprar ou esperar?

O dólar tem demonstrado fortes altas nos últimos dias, alcançando na última terça-feira (29) R$ 5,7616 no mercado à vista, a cotação mais alta desde março de 2021. Com a moeda americana se aproximando dos R$ 5,80, a preocupação cresce no mercado financeiro. Esse movimento reflete não apenas fatores internos, mas também a influência de eventos internacionais, gerando incertezas tanto no curto quanto no médio prazo.

Segundo analistas, a confiança do mercado ficou abalada com a falta de clareza nas promessas do governo sobre cortes de gastos, o que afeta o dólar e contribuí para sua alta. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia indicado que as medidas de contenção seriam anunciadas após o segundo turno das eleições municipais. No entanto, o silêncio do governo após essas reuniões gerou apreensão.

Além das incertezas fiscais brasileiras, o mercado também reage à proximidade de grandes eventos nos EUA: eleição presidencial, reunião do Federal Reserve (Fed) e dados de emprego (payroll). A perspectiva de que Donald Trump possa vencer as eleições trouxe novos temores, já que suas políticas prometem mais protecionismo e gastos internos, dificultando cortes expressivos nas taxas de juros.

Para Luana Prado, especialista em mercado financeiro, todos esses cenários exigem do investidor atenção redobrada na hora de operar com a moeda, devido há muitos riscos nesses patamares elevados. “Se uma notícia positiva surgir ou o governo intervir verbalmente, como já fez outras vezes, o dólar pode cair rapidamente”. Ela sugere que os traders fiquem atentos às divulgações e evitem se antecipar aos movimentos do mercado.

Vale a pena destacar que o comportamento do dólar tem sido um fator determinante para as projeções no mercado. Segundo analistas, a resistência próxima de R$ 5,80 pode sinalizar uma continuidade na valorização da moeda norte-americana.

“O dólar já está precificando a rolagem de contratos futuros, o que pode gerar mais pressão sobre os preços”, afirmou Evandro Soares, trader entrevistado pelo PRE-Market da BM&C News. Ele também destacou que os contratos futuros serão renovados com vencimento para dezembro, criando expectativas sobre a performance da moeda nas próximas semanas.

Em suma, com o Brasil ainda sem clareza fiscal e eventos globais iminentes, o dólar segue pressionado. A combinação de eleições nos EUA, expectativa de decisão do Fed e baixa nas commodities criam um ambiente desafiador para o mercado brasileiro.


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