Dólar abre em alta e bate R$ 5,77, com risco fiscal no radar


No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,92%, cotada a R$ 5,7610. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em queda de 0,37%, aos 130.730 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar abriu em alta nesta quarta-feira (30), com o mercado ainda cauteloso com o risco fiscal brasileiro, repercutindo as mais recentes falas das autoridades econômicos e aguardando medidas para contenção das despesas.
Os investidores ainda repercutem falas do o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desta terça-feira (29). Enquanto o mercado espera por um anúncio de novos cortes nos gastos, o ministro afirmou que não há previsão para divulgação do novo pacote fiscal com corte de despesas públicas.
Nas últimas semanas, Haddad havia sinalizado que a equipe econômica poderia lançar novas medidas estruturais para reduzir os gastos públicos após as eleições municipais. Com isso, o mercado passou a esperar um pacote fiscal com corte de até R$ 60 bilhões — o que ajudaria o governo a passar uma maior “credibilidade”. (Entenda mais abaixo)
Após eleições e volta de Haddad a Brasília, mercado aguarda anúncio de cortes de gastos
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Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 09h, o dólar subia 0,15%, cotado a R$ 5,7699. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda avançou 0,92%, cotada a R$ 5,7610, atingindo o maior patamar desde 30 março de 2021, quando fechou a R$ 5,7613. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7666.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,99% na semana;
avanço de 5,77% no mês;
ganho de 18,72% no ano.

O
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,37%, aos 130.730 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,64% na semana;
perdas de 0,82% no mês;
recuo de 2,58% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Mesmo com algumas divulgações na agenda econômica, o foco dos investidores continuava voltado para a promessa de um corte de gastos feita pelo governo.
Nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que a equipe econômica poderia lançar novas medidas estruturais para reduzir os gastos públicos após as eleições municipais.
Agora, encerradas as eleições, o mercado espera por mais informações de quando e como esses cortes devem acontecer. Segundo o blog do Valdo Cruz, agentes financeiros disseram que, para ter credibilidade, esse pacote precisaria indicar cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos.
A ideia é que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nesta terça-feira (29), o ministro da Fazenda chegou a afirmar que tem uma série de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo desta semana, mas reiterou que ainda não há previsão para a divulgação das medidas.
“Não tem uma data, ele [Lula] que vai definir. Mas a gente está avançando a conversa, estamos falando muito com o [Ministério do] Planejamento também”, afirmou Haddad em conversa com jornalistas.
A equipe econômica vem sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas. O tema também tem sido abordado frequentemente pelo Banco Central do Brasil (BC) como fator de influência na política monetária.
Na segunda-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que se o Brasil quiser ter juros estruturalmente mais baixos, precisará apresentar medidas que sejam interpretadas como um choque fiscal positivo. As falas aconteceram em uma reunião com investidores realizada pelo Deutsche Bank, em Londres.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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