Monitoramento do DNIT e UEA alerta embarcações sobre riscos de ancorar em porto de Parintins


Região está sendo monitorada após o solo apresentar rachaduras e causar preocupação nos moradores do município. Fissuras surgem no solo do porto de Parintins, no Amazonas
Jean Beltrão/Rede Amazônica
Após análises recentes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) alertam sobre os riscos de embarcações atracarem em área portuária de Parintins. A região está sendo monitorada após o solo apresentar rachaduras e causar preocupação nos moradores do município.
No dia 17 de outubro, o Ministério Público instaurou uma investigação para apurar os riscos associados às fissuras. A medida foi tomada para tentar evitar novos deslizamentos de terra, como o ocorrido no início do mês, em Manacapuru, que causou a morte de duas pessoas.
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O monitoramento, em Parintins, ocorre em uma área que fica ao lado do porto e analisa um barranco de aproximadamente 180 metros de comprimento, 43 metros de largura e uma altura superior a 12 metros em seu ponto mais alto.
Segundo o geógrafo Camilo Ramos, apesar da estrutura portuária não apresentar riscos de deslizamentos, o atracamento frequente dos barcos na área acelera o processo de erosão do barranco e aumenta as fissuras no solo, especialmente durante o período de seca.
“Há 15 dias, fizemos a medição e hoje medimos novamente. Não houve dilatação, e a camada de sedimentos continua normal, que é um quadro natural. O problema é que as embarcações que atracam no porto usam estacas para fixação, o que funciona como uma alavanca, puxando o barranco em direção ao rio e acelerando a erosão. A gente notou fissuras na superfície, mas isso não significa que haverá deslizamento. As embarcações só devem evitar essa prática para não intensificar o processo erosivo,” explicou.
O Dnit informou que mantém a sinalização de proibição de atracação na área, enquanto a Defesa Civil realiza ações de orientação e remoção das embarcações. No entanto, alguns proprietários insistem em permanecer, desconsiderando os alertas.
Desmoronamento em orla de Parintins
Parintins, no AM, entra em situação de emergência após erosão na orla da cidade
Yuri Pinheiro/Prefeitura de Parintins
Em janeiro de 2020, a orla de Parintins desmoronou devido à erosão no solo. Na época, a prefeitura decretou estado de emergência na cidade por 90 dias para tomar as devidas providências de correção do problema.
Nilson Lima, é um autônomo que teve a embarcação atingida pelo deslizamento que ocorreu em 2020 na cidade, ele destacou que as autoridades deveriam tomar medidas para evitar que a população seja novamente afetada.
“A gente vê essas embarcações na orla da cidade e a gente fica muito preocupado, eu como já vivenciei isso, quase ia acontecendo uma ‘desgraça’ comigo naquela época, fico muito sensibilizado com essa situação. Peço um apoio às autoridades que possa fazer algo pela nossa população”, disse.
Deslizamentos de terra no AM
Somente em outubro, o Amazonas já registrou outros deslizamentos em diferentes municípios do interior. No dia 7, parte da orla do porto de Terra Preta, em Manacapuru, desabou, resultando na morte de duas pessoas e deixando outras 10 feridas. As causas desse acidente ainda estão sendo investigadas.
No dia 16 de outubro, outro deslizamento de terra ocorreu, desta vez na orla de Boa Vista do Ramos, no interior do Amazonas. Segundo a Defesa Civil municipal, não houve vítimas, e apenas duas embarcações foram danificadas.
Já no dia 20, um deslizamento de terra atingiu a Zona Rural de Anamã, no Amazonas, e isolou uma comunidade. No acidente 12 famílias foram desabrigadas, mas não houve registro de vítimas.
O fenômeno também foi registrado na comunidade Jandira, em Iranduba. Casas foram engolidas pelo desbarrancamento e moradores tiveram que retirar suas casas de áreas de risco.
Rachaduras geram preocupação no porto de Parintins
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