Despedida de médico baiano morto em quiosque no Rio de Janeiro é marcada por forte comoção

Perseu Ribeiro Almeida foi morto na quinta-feira (5). Sepultamento parou a cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, na manhã deste sábado (7). Cortejo com corpo do médico baiano morto no RJ reuniu milhares de pessoas
Roger Sarmento/TV Santa Cruz
A despedida médico baiano Perseu Ribeiro Almeida, morto em um ataque a tiros em um quiosque no Rio de Janeiro parou a cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, onde ele vivia com a família. O velório foi encerrado às 9h40, quando o corpo foi levado em cortejo para o Cemitério Jardim da Saudade.
O corpo do ortopedista foi transportado em um voo fretado e chegou ao aeroporto de Ipiaú no fim da tarde de sexta-feira (6). De lá, seguiu para o Salão da Maçonaria, onde foi velado por amigos e familiares, durante toda a noite, sob forte comoção.
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Filho de médico, torcedor do Bahia e pai de dois: quem era o ortopedista baiano morto
Corpo do médico Perseu foi velado por familiares e amigos na noite de sexta
Franciele Caetano/TV Santa Cruz
A partir das 7h de sábado (7), o velório foi aberto para outras pessoas e uma multidão se reuniu no local para se despedir de Perseu, que era conhecido em toda a cidade e visto como uma pessoa querida e caridosa, que atendia até quem não podia pagar pelos serviços médicos.
O comércio local fechou as portas durante meia hora, a partir das 10h, para se despedir o conterrâneo e também como forma de protesto, para pedir paz.
O médico estava preses a assumir a administração da clínica de ortopedia que herdou do pai, morto em um acidente de carro na Bahia em 2013.
[reportagem em atualização]
Entenda do caso
Velório para familiares e amigos acontece no Salão da Maçonaria, em Ipiaú.
Moisés Soares/TV Santa Cruz
Perseu Ribeiro Almeida estava com um grupo de amigos médicos no quiosque na Barra da Tijuca, quando todos eles foram baleados. Além do baiano, outros dois ortopedistas morreram e um ficou ferido [Relembre o ataque ao final da matéria]
De acordo com familiares, o ortopedista baiano decidiu se hospedar no mesmo hotel onde acontecia o congresso em que participaria com medo da violência. A ideia de Perseu Ribeiro Almeida era não fazer grandes deslocamentos na cidade.
Segundo o tio de Perseu, Remo de Araújo, a mãe do médico demonstrou preocupação com a viagem do filho. Ela não queria que ele viajasse. Animado com o evento internacional que reuniria grandes nomes da ortopedia, o baiano decidiu pagar mais caro e se hospedar no Hotel Windsor, onde está sediado o congresso.
No entanto, Perseu teria sido confundido com um miliciano, e morto a tiros em um quiosque em frente ao hotel onde se hospedou. Ele estava ao lado de outros três colegas médicos. Perseu morreu no local. Outros dois colegas morreram. O quarto baleado está internado.
Médico foi baleado em ataque a tiros no Rio de Janeiro
Redes sociais
‘Não resta mais dúvida alguma de que os médicos foram assassinados por engano’, diz secretário de Polícia Civil do RJ
Corpo de Perseu Ribeiro Almeida chegou na Bahia no final da tarde desta sexta-feira (6).
Moisés Soares/TV Santa Cruz
Um dia antes de morrer, ainda na Bahia, Perseu encontrou familiares durante a comemoração do seu aniversário de 33 anos. O tio disse que o médico revelou que se preparava para realizar um dos sonhos do pai, que morreu em um acidente automobilístico em 2013: abrir uma nova clínica de ortopedia na cidade de Ipiaú, no sul da Bahia.
Infográfico mostra como foi o assassinato dos três médicos no Rio
Arte g1
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O ataque a tiros
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O ataque a tiros aconteceu no Quiosque do Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca, entre os postos 3 e 4. Perseu estava com outros três médicos no local:
Diego Ralf Bomfim, 35 anos
Marcos de Andrade Corsato, 62 anos
Daniel Sonnewend Proença, 32 anos
O grupo estava no Rio de Janeiro para participar de um congresso internacional de ortopedia. O congresso aconteceria no mesmo hotel que eles estavam hospedados, o Windsor, que fica na frente do Quiosque do Naná.
De acordo com a câmera de segurança do estabelecimento, por volta de 0h59 um carro branco parou sobre a faixa de pedestres em frente ao quiosque e três homens desceram do veículo. Eles foram em direção ao grupo de médicos e começaram os disparos.
Médicos estavam reunidos em quiosque na Barra da Tijuca, quando foram baleados
Reprodução
Perseu, Diego e Marcos morreram no local. Daniel foi socorrido com vida.
Outros clientes que estavam no estabelecimento relataram que os suspeitos não falaram com as vítimas e que foram mais de 20 disparos. Nenhum item das vítimas foi levado.
A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.
Nesta sexta-feira, o secretário da Polícia Civil do Rio, Renato Torres, confirmou que a ação que terminou com a morte dos médicos foi um engano.
“Não resta mais dúvida alguma de que os médicos foram assassinados por engano”, disse Torres.
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