Pacientes relatam dificuldades para conseguir vaga de diálise em trânsito em Campinas e Paulínia

Pacientes de outras cidades não consegem agendar o tratamento nos municípios de destino, o que é garantido por lei. Secretaria de Estado da Saúde informa que regulação dá prioridade para moradores. Pacientes com doença renal não conseguem vaga para hemodiálise em trânsito em Campinas
Para muitos pacientes com doença renal crônica, a hemodiálise é a única chance de sobrevivência. O tratamento não pode ser interrompido, e ficar próximo da máquina que faz o papel dos rins e filtra o sangue é uma necessidade quase que diária. Mas para moradores de outras cidades que precisam se deslocar para Campinas (SP) e Paulínia (SP), o direito a chamada “diálise em trânsito” não vem sendo cumprido.
Esses pacientes relatam que desejam visitar parentes nas duas cidades, mas não conseguem vaga na rede pública para prosseguir o tratamento. Uma portaria do Ministério da Saúde, de 2018, assegura o direito.
O aposentado Paulo Roberto de Araújo mora em Dracena (SP), distante 600 km de Campinas, onde morou até 2017. Ele conta que até durante a pandemia da Covid-19 conseguiu vagas para prosseguir o tratamento enquanto ficou na metrópole, mas que neste ano já foram três pedidos negados: dois em agosto, um em setembro.
“A alegação deles é que estão sem vaga, estão saturados de pacientes e não tem como ceder uma vaga para trânsito. O máximo que posso ficar sem são dois dias. O tratamento é imprescindível. Se fosse fácil conseguir o trânsito, eu viajava muito mais”, conta.
Pacientes com doença renal não conseguem vaga para hemodiálise em trânsito em Campinas
Reprodução EPTV
A dona de casa Viviane Boscolo dos Santos, que além perdeu a visão, não consegue visitar parentes que moram em Paulínia (SP).
A irmã de Viviane mantém contato com o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7), mas as tentativas de agendar a diálise em trânsito neste ano, entre junho a agosto, tiveram sempre resposta negativa.
Ação na Justiça
O advogado Pedro Henrique Belini de Melo, especialista em saúde do consumidor, explica que os pacientes podem recorrer à Justiça para garantir o tratamento, entrando com uma ação com pedido de liminar para obrigar o cumprimento da diálise em trânsito.
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Em nota, o DRS-7 informou que está em contato com clínicas referenciadas para encaminhar o Paulo e a Viviane para tratamento na região de Campinas.
Prioridade para moradores
A Secretaria de Estado da Saúde informou que por uma questão de logística de acessibilidade do paciente, a regulação ao serviço é feita de forma prioritária para quem mora na cidade.
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