Transplante de órgãos: Mais famílias negaram doação de órgãos de parentes mortos no 1º semestre de 2023, diz ABTO

Em 2019, antes da pandemia, entre 42% e 44% dos parentes negavam a doação. Agora, o número chegou a 49%. Apesar do aumento na recusa das famílias, o Brasil atingiu um recorde de doadores de órgãos. Transplante de órgãos: Mais famílias negaram doação de órgãos de parentes mortos no 1º semestre de 2023, diz ABTO
Reprodução/TV Globo
Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos mostram que o número de famílias que se recusaram a doar para transplantes os órgãos de parentes falecidos aumentou no primeiro semestre deste ano.
Em 2019, antes da pandemia, entre 42% e 44% dos parentes negavam a doação. Agora, o número chegou a 49%. Em São Paulo, a recusa é ainda maior: 7 em cada 10 famílias disseram não às equipes de transplante entre janeiro e junho deste ano.
Por lei, a doação de órgãos após a morte só pode ser feita quando é constatada a morte encefálica. É nesse momento que os médicos procuram a família para pedir autorização.
Segundo a presidente da Associação, Luciana Haddad, a pandemia é a principal causa para esse aumento da negativa, com a necessidade de testes de COVID-19. Ela também afirma que a recusa em autorizar a doação de órgãos de parentes falecidos está relacionada ao desconhecimento:
“Informação é fundamental que as pessoas confie no sistema nacional de transplantes, entenda a importância de uma doação de órgãos de como ela consegue salvar até oito vidas”, destaca a presidente da ABTO.
Por outro lado, Brasil bate recorde no número de doações
Apesar do aumento na recusa das famílias, o Brasil atingiu um recorde de doadores de órgãos no primeiro semestre de 2023. Foram 19 doadores a cada 1 milhão de habitantes.
“Ainda é insuficiente mas é um passo para que a gente cada vez mais consiga oferecer o órgão para todos que precisam”, ressalta Luciana Haddad.
Transplante de órgãos: Mais famílias negaram doação de órgãos de parentes mortos no 1º semestre de 2023, diz ABTO
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‘Ato de amor’
A Lúcia Cardeal da Silva sabe como é importante que as famílias estejam preparadas para dizer sim. Quando foi diagnosticada com uma cirrose hepática secundária, ela teve medo de ficar sem o abraço dos filhos, o Emanuel e a Estela.
O quadro era grave e a única saída era um transplante de fígado, que ocorreu há menos de um mês. Para ela, o resultado não podia ser melhor.
“Doe é um ato de amor assim como a família do meu doador teve esse ato de amor e está me dando oportunidade de eu viver mais um pouco com os meus filhos. A alegria deles de procurar e me ver lá e querer se mostrar não tem preço”, relata Lúcia.
Lúcia e os filhos
Reprodução/TV Globo
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