Caso rolex faz militares pressionarem por delação de Cid; entorno de Bolsonaro espera que ele seja ‘Dirceu da direita’

Pessoas próximas avaliam que colaboração ajudaria na situação jurídica do tenente-coronel e afastaria do Exército a crise decorrente das investigações. Mauro Cid durante participação na CPI dos Atos Golpistas, em 11 de julho, no Congresso.
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Militares amigos do tenente-coronel do Exército Mauro Cid voltaram a pressioná-lo para que faça uma delação premiada.
O motivo, desta vez, é a revelação de que o ex-auxiliar de Jair Bolsonaro (PL) tentou vender um rolex recebido de presente pelo ex-presidente da República durante uma viagem oficial à Arábia Saudita, informação que consta de e-mails obtido pela CPI dos Atos Golpistas.
A ideia é que, na delação, Cid explique quem ficaria com o dinheiro da venda do relógio de luxo.
Assessores de Bolsonaro sempre viram Cid como um “Dirceu da direita”, numa referência ao ex-ministro da Casa Civil de Lula (PT), José Dirceu, que jamais aceitou colaborar com a Justiça.
O avanço das investigações contra o tenente-militar, entretanto, levaram a família dele – incluindo o pai, general da reserva Mauro Cid – a defender que ele faça uma delação para, além conseguir benefícios judiciais, afastar do Exército a crise decorrente dessas revelações.
Em maio, já seguindo conselho de familiares, Cid passou a ser defendido pelo advogado Bernardo Fenelon, especialista em delações premiadas.
Fenelon tem livros sobre o assunto e já celebrou mais de 10 delações, entre elas, a de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youseff que foi uma das delatoras da Operação Lava Jato.

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