Até 2030, mais de 20 moedas digitais entrarão em circulação, projeta o BIS. Em uma discreta corrida, já despontam alguns países: Japão, Reino Unido, Estados Unidos, China e Brasil. Drex, o Real Digital
JN
O Banco Central do Brasil anunciou, nesta segunda-feira (7), o nome da moeda digital brasileira. O Drex deve facilitar o acesso a serviços financeiros, como empréstimos e investimentos.
Até 2030, mais de 20 moedas digitais entrarão em circulação, projeta o BIS – Banco Central dos Bancos Centrais. E, em uma discreta corrida, já despontam alguns países: Japão, Reino Unido, Estados Unidos, China e Brasil. Aqui, a moeda batizada de Drex avança para a fase de testes de segurança.
“Essa fase de testes deve transcorrer ao longo de 2023. Ao final de 2023, início de 2024, a gente deve incorporar alguns produtos nessa plataforma para abrir para o uso da população e, ao final de 2024, a gente espera que a população possa começar a acessar esse serviço”, explica Fábio Araújo, coordenador do Drex.
E essa, então, vai ser uma cena do passado. Na transferência do carro usado, comprador e vendedor ficam como reféns um do outro. Um paga e, depois, o outro assina o documento ou o contrário?
“Já aconteceu de eu ter que ir junto com o comprador na boca do caixa, que ele fez questão de fazer o depósito na boca do caixa e ter o comprovante na mão e aí nós viemos depois juntos para fazer a transferência aqui no cartório. Hoje não, porque ele é meu filho, então não tem essa desconfiança”, conta o administrador de empresas Roberto Franco.
Em contratos inteligentes, atrelados a uma moeda digital, o pagamento seria automático e simultâneo.
“Acho que facilitaria o momento da transação, facilitaria tanto para o comprador quanto para o vendedor”, diz a lojista Naiara Oliveira.
O cotidiano da economia das pessoas e das empresas vai ficando ainda mais digital. Já mais comum que o dinheiro vivo, o PIX foi a senha que deu aos brasileiros acesso ao ambiente digital de negócios. Mas, com ele, vamos só até o caixa para fazer pagamentos e transferências. Com uma moeda digital, o Banco Central quer abrir para os brasileiros as portas de outros serviços financeiros, como empréstimos e investimentos por exemplo. Já pensou assinar o contrato do financiamento imobiliários ou comprar títulos do Tesouro Direto ser tão fácil como fazer um PIX?
As autoridades monetárias testam a troca de moedas sem intermediários – de uma carteira digital para outra. Outra possibilidade é facilitar a troca de recursos entre países e podemos ver até o pagamento de benefícios sociais com Drex.
“O Banco Central selecionou vários projetos para pesquisa. Então, nós estaremos iniciando um laboratório de produtos a partir de setembro e é possível, sim, pagar os benefícios sociais com o Real Digital. Mas isso ainda entrará em um processo de laboratório, de pesquisa, de eficácia dessa ferramenta”, explica Rita Serrano, presidente da Caixa.
Se o futuro do dinheiro for esse, o desafio do Brasil é incluir todos os brasileiros.
“A questão da inclusão digital é um problema que precisa ser atacado por vários órgãos. O Banco Central trabalha dentro do escopo em tentar melhorar isso, mas realmente esse é um desafio para o nosso país. A gente precisa ampliar a inclusão digital para que essa inclusão financeira possa se aprofundar também através dessas ferramentas”, afirma Fábio Araújo.
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