Míriam Leitão sobre término da tese de legítima defesa da honra em feminicídios: ‘Fim de uma excrecência jurídica’

STF julgou que ação alegada em casos de assassinato de mulheres não será mais procedente; veja comentário no Bom Dia Brasil. Míriam Leitão sobre término da tese de legítima defesa da honra em feminicídios: ‘Fim de uma excrecência jurídica’
Míriam Leitão analisou no Bom Dia Brasil a decisão do Supremo Tribunal Federal de pôr fim à tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio, votada nesta terça-feira (1º). Para ela, a mudança é história, mas se trata de algo que nem estava na lei.
“O que aconteceu ontem foi o fim de uma excrecência jurídica. Porque isso nunca esteve na lei, isso foi imposto pela sociedade patriarcal e inundou vários julgamentos”, explicou.
Míriam explicou que a tese foi inventada pela sociedade da época para tentar resguardar direitos de homens que cometiam crimes. E no presente momento, em vez dos crimes terem diminuído, têm aumentado por causa do pensamento retrógrado de outrora.
“O problema é que está internalizado. Cada vez que um homem agride uma mulher ele está agindo dentro dessa ideia: a ideia de que ele pode defender a sua suposta honra agredindo uma mulher. E os casos de feminicídio tem aumentado, mostrando que a sociedade patriarcal permanece dando guarida a esse pensamento de que a mulher é propriedade do homem”, argumentou a jornalista.
A comentarista acredita que mesmo com o fim da tese, o trabalho para mudar o ideário da sociedade ainda é grande.
“A gente pega esse momento histórico e diz o seguinte: ‘vamos exterminar da sociedade, do pensamento vigente, a ideia de que a mulher é uma subumanidade, e que ela pode ser agredida por um homem que supostamente pensa que é dono dela”, sentenciou.
Assista ao comentário completo de Míriam Leitão no Bom Dia Brasil no vídeo abaixo.
Míriam Leitão sobre proibição do uso da ‘legítima defesa da honra’: ‘Fim de uma excrescência jurídica’
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