INSS passa a conceder auxílio doença sem exame para diminuir fila que cresceu muito nos últimos 6 meses

Estão à espera de benefícios previdenciários 1,8 milhão de brasileiros. Deste total, quase 600 mil aguardam pela perícia para o auxílio doença. O governo vai pagar um bônus para os servidores do INSS que toparem trabalhar fora do horário de expediente para analisar os pedidos. INSS passa a conceder auxílio doença sem exame para diminuir fila
Jornal Nacional/ Reprodução
O governo criou um programa para tentar reduzir uma fila que cresceu muito nos últimos seis meses.
Estão à espera de benefícios previdenciários 1,8 milhão de brasileiros. Deste total, quase 600 mil aguardam pela perícia para o auxílio doença. É para tentar diminuir essa fila que o governo federal passou a permitir que o trabalhador afastado por doença receba o benefício por incapacidade temporária – por até seis meses – sem precisar fazer a perícia médica presencial.
Para entrar com o pedido, a pessoa tem que ter um relatório médico ou odontológico sem rasuras com:
nome do trabalhador;
data do documento – emitido nos últimos 90 dias;
a doença detalhada ou a classificação internacional de doenças;
data de início do afastamento;
prazo;
assinatura do profissional, nome e registro no conselho de classe no Ministério da Saúde ou carimbo.
Para entrar com o pedido, a pessoa tem que ter um relatório médico ou odontológico sem rasuras
Jornal Nacional/ Reprodução
“O médico também tem que prestar atenção para que ele possa emitir um relatório de forma legível com todas as informações para que o segurado não faça um protocolo com documento errado ou incompleto. Porque se o documento, por exemplo, tiver todas as informações, mas não tiver data, não vale”, explica Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário.
O trabalhador pode mandar os documentos pelo site ou aplicativo Meu INSS ou pela central 135, onde vai agendar para levar o documento à agência da previdência. Quem já marcou a perícia, mas vai demorar para fazer o exame, também pode enviar a documentação para tentar o benefício antes do previsto.
O ministro da Previdência diz que esse início será de adaptação.
“Essa fila de 1,8 milhão que estão aguardando algum resultado não foi criada em um dia. E nós não vamos resolver isso em um estalar de dedos. Nossa intenção é de 30 a 60 dias estar com isso completamente formalizado dentro do INSS”, diz Carlos Lupi, ministro da Previdência.
O governo vai pagar um bônus para os servidores do INSS que toparem trabalhar fora do horário de expediente para analisar os pedidos.
No começo de julho, o Jornal Nacional mostrou que a operadora de cobrança Sabrina Tamaris Alípio da Silva está nessa fila. Há um ano e meio ela parou de trabalhar por causa de transtorno de ansiedade e síndrome do pânico. Ela ainda está em tratamento, mas no primeiro exame do INSS já foi liberada para voltar ao trabalho.
A Sabrina ainda está esperando por uma resposta, uma data para passar por uma nova perícia. Sem condições de trabalhar, ela acumula contas atrasadas e enfrenta dificuldades para comprar os remédios que precisa tomar todos os dias.
“Até quando meus irmãos, meu pai vão conseguir me ajudar, me manter? Porque cada dia que passa está ficando mais difícil conseguir manter tudo isso. Eu penso que se eu parar o tratamento, eu vou ter que voltar tudo isso de novo. E é uma coisa que eu não quero voltar e não desejo para ninguém isso”, diz Sabrina.
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