Problemas de saúde mental afastam, em média, quatro servidores por dia em Campinas

Entre janeiro e julho, 853 dos 15,5 mil trabalhadores públicos da metrópole tiveram que deixar de trabalhar provisoriamente por doenças como estresse agudo, ansiedade ou depressão. Campinas registra 853 casos de afastamento de servidores por saúde mental em 2023
Um levantamento da Prefeitura de Campinas (SP) indica que, em média, quatro servidores se afastaram por dia neste ano por problemas de saúde mental. Ao todo, são 853 afastamentos entre janeiro e julho. A metrópole reúne 15.578 trabalhadores públicos.
Quais as causas dos afastamentos? Segundo a prefeitura, são cinco os motivos mais comuns:
reações ao estresse grave e transtornos de adaptação
reação aguda ao estresse
estado de estresse pós-traumático
transtornos de adaptação
reação não especificada a um estresse grave
“Entre os quadros mais frequentes estão episódios depressivos, transtornos de ansiedade e de adaptação e reações ao estresse grave”, aponta a prefeitura.
Quem são os servidores afastados? O levantamento mostra que 40% dos profissionais que se afastaram com problemas de saúde mental neste ano atuam na área de saúde e 32% são vinculados à Secretaria Municipal de Educação. Veja abaixo:
339 foram da saúde (40%)
275 foram da educação (32%)
45 foram da segurança pública (5%)
Profissionais de saúde são os que mais se afastam por problemas de saúde mental em Campinas
Reprodução/TV Globo
O número de afastamentos tem crescido? Sim. O mesmo levantamento indica que o percentual de afastamentos subiu de 7,59% para 7,85% entre 2021 e ano passado. Em números absolutos, também houve aumento.
2020: 863 (5,74% dos servidores)
2021: 1.130 (7,59% dos servidores)
2022: 1.192 (7,85% dos servidores)
2023 (até 21 de julho): 853 (5,48% dos servidores)
O que é feito para dar suporte e assistência? A prefeitura lançou nesta terça-feira (25) um programa de atenção à saúde psicossocial para servidores. O diretor do Departamento de Saúde do Servidor, Gustavo de Freitas Correa, explicou que o modelo propõe até a intervenção em ambientes de trabalho.
“A proposta é de prevenção, proteção, promoção e suporte ao servidor. Essas atividades serão feitas com o gestor e com o próprio servidor. E como a gente vai fazer isso? Através de capacitações, treinamentos e orientações tanto ao servidor quanto ao gestor, e a intervenção no ambiente de trabalho, quando necessário”.
O programa prevê uma parceria entre a prefeitura e uma faculdade para encaminhamento de profissionais afastados. “Caso ele [o servidor adoecido] não tenha acompanhamento externo com terapeuta, ele será encaminhado para essa faculdade para ter acompanhamento psicológico”.
Secretaria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas de Campinas lançou programa de atenção à saúde psicossocial
Reprodução/EPTV
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