Ex-jogador de futebol é suspeito de integrar organização responsável por homicídios, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, aponta PF

Marcelo Pletsch se aposentou dos gramados em 2011. Investigação mostra que ele seria transportaria drogas. Defesa negou acusações e disse que inocência será comprovada. Operação prendeu 7 integrantes do grupo. Polícia Federal prende quadrilha suspeito de traficar drogas e armas
A RPC teve acesso com exclusividade a documentos da investigação da Polícia Federal (PF) que identificou um grupo suspeito de cometer 12 homicídios na região de Cascavel, tráfico internacional de drogas, armas e lavagem de dinheiro. Conforme a PF, entre os envolvidos está o ex-jogador de futebol Marcelo Pletsch.
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O grupo foi alvo de uma operação na semana passada, quando policiais federais cumpriram 7 dos 15 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Um dos suspeitos morreu em confronto com as equipes.
O advogado Marcelo Martins defende o ex-jogador e negou todas as acusações contra o cliente. A defesa disse que as acusações são infundadas, foram obtidas a partir de denúncias anônimas e que a inocência de Pletsch será comprovada ao longo do processo.
Segundo a apuração policial, há indícios de que ele era o responsável pelo transporte de drogas na organização criminosa. Pletsch começou a carreira como zagueiro no fim da década de 1990, passou por clubes da Alemanha e se aposentou dos campos de futebol no Cascavel, em 2011.
Marcelo Pletsch, ex-jogador considerado pela PF como um dos integrantes de grupo criminoso em Cascavel (PR)
Reprodução/RPC
Uma das provas obtidas pela PF é uma conversa telefônica anexada à investigação. Um dos chefes da organização pede que Pletsch confirme detalhes da chegada de um carregamento.
Em outubro de 2016, o ex-jogador foi preso por carregar quase 800 quilos de maconha em um caminhão em Toledo, no oeste do estado.
Como o grupo agia
A Polícia Federal apurou que a organização era chefiada por duas frentes, batizadas de Irmãos Benedet e Irmãos Cabelo. Além do Paraná, eles agiam em outros estados brasileiros e países, como Paraguai e Bolívia.
O advogado dos Irmãos Cabelo negou as acusações. Veja abaixo o que ele disse.
Entre as provas da investigação, a PF destacou uma mensagem de celular na qual os Irmãos Cabelo ameaçam e declaram guerra contra outros grupos criminosos.
Dinheiro em espécie apreendido durante operação da PF
PF/PR
O esquema também é chefiado, segundo a PF, pelos Irmãos Benedet: João Vitor e Paulo Vitor. A polícia aponta que João vendia armas que ficavam escondidas em uma loja de roupas. No celular dele foram encontradas várias fotos de pistolas, munições, joias e dinheiro.
Para chegar aos investigados, a PF utilizou informações prestadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do governo federal, escutas telefônicas e quebras de sigilo de comunicação autorizadas pela Justiça.
A reportagem entrou em contato com a defesa dos irmãos Benedet e aguarda uma resposta.
Áudios revelam esquema
Em um dos áudios interceptados, Adriano de Carvalho, tido pela polícia com um dos integrantes dos Irmãos Cabelo, detalha um esquema de entrada de drogas do Paraguai para o Brasil. O transporte era feito de barco pelo Rio Paraná.
As gravações mostram negociações para a compra de armas no Paraguai. O negociante, segundo a PF, é Edemar de Carvalho, outro integrante dos Irmãos Cabelo.
Nos celulares apreendidos durante a apuração, a PF encontrou várias fotos de armas e munições negociadas no Paraguai. Conforme a polícia, algumas teriam aspecto de fabricação artesanal.
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Defesa nega acusações
O advogado Cláudio Dalledone, que defende os Irmãos Cabelo, contestou as provas da Polícia Federal.
“Essa suspeita é fundada em denúncias anônimas. Os áudios não correspondem com as pessoas apontadas pela PF. Eu contesto todos esses indícios”.
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