Lula diz que houve “bandidagem” e “crime” em venda da Eletrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom das críticas à privatização da Eletrobras ao dizer nesta 5ª feira (11.mai.2023) que houve “bandidagem” e “crime de lesa pátria” nas condições de venda da empresa de energia que, segundo o mandatário, prejudicaram o próprio governo federal.

“Entramos na justiça por orientação do Rui Costa para readquirir o direito de termos importância política na administração da Eletrobras. Ela foi privatizada. O governo brasileiro tem 43% das ações, mas temos direito a 1 voto. Só valemos 8,75%. Ou seja, estamos brigando para que o governo brasileiro tenha a representação dos 43% no conselho. Outra coisa importante, na privatização foi feito uma bandidagem, um crime de lesa pátria”, disse Lula.

“Se o governo brasileiro tentar comprar de volta a Eletrobras, tem que pagar 3 vezes o valor que o [setor] privado ofereceu. O próprio governo fez lei prejudicando o governo. Vamos apurar, vamos abrir processo, vamos tentar provar a corrupção que para que o povo saiba quem praticou corrupção nesse país”, declarou o presidente.

Lula discursou no evento em que assinou a regulamentação da Lei Paulo Gustavo, que destina R$ 3,8 bilhões para o setor cultural. Foi realizado no Teatro Castro Alves, em Salvador (BA).

A AGU (Advocacia Geral da União) entrou em 5 de maio com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para questionar o limite de até 10% de direito de voto da União na Eletrobras. Eis a íntegra da ação (9 MB).

Assinada por Lula, a ação pede que o Supremo anule um trecho da lei que permitiu a privatização da Eletrobras. O texto estabeleceu a alteração do estatuto social da empresa para limitar o capital votante a até 10%, independentemente da participação societária de cada acionista.

O governo quer que o trecho só seja aplicável ao direito de voto referente às ações adquiridas depois da privatização.

Pela manhã, o presidente já havia criticado a venda da Eletrobras e disse que o governo “vai brigar muito” para retomar espaço na empresa de energia.

O presidente disse ainda não estar sendo radical, como o acusam. “Dizem por aí ‘ah, o Lula está radical’. Não estou radical. Estou mais calmo do que quando minha mãe me pegou no colo e viu que baianinho lindo”, declarou.

Lula também mencionou a revelação de que a família do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tem propriedades milionárias nos Estados Unidos. O presidente disse que os imóveis “certamente não eram para o ajudante de ordens”.

“É para o paladino da discórdia, paladino da ignorância, paladino do negacionismo e é por isso que a gente vai consertar esse país”, disse, sem mencionar o nome de seu antecessor.

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