Melhor pecar pelo excesso

A passagem do ciclone extratropical pelo Sul deixou rastros de destruição na região. Enchentes, deslizamentos, queda de árvores e danos nos mais diversos setores. Logo na sexta-feira, os municípios acordaram com os danos causados pelo vento e chuvas e, no caso específico de Brochier e Maratá, o transbordo de arroios que chegaram a níveis nunca vistos nesses municípios.

A partir da noite de sexta o Rio Caí começou a transbordar e o sábado foi de preocupação e retirada de famílias de suas casas, principalmente em Montenegro e Pareci Novo. Com os alagamentos, alguns velhos debates vêm sempre à tona: a necessidade de conscientização sobre descarte de lixo; a incapacidade de compreensão daqueles que, sem precisar, circulam com seus veículos pelas áreas de enchente e a necessidade de prevenção e alerta sobre a possibilidade de cheias.

O primeiro ponto já é autoexplicativo e é ressoado pelos entulhos que ficam depositados nas ruas após a baixa das águas. No segundo caso, tão comum e de fácil compreensão que até uma criança de três anos é capaz de explicar: passar de carro ou caminhão pelas áreas inundadas causa ondulações que fazem com que a água – antes parada ou com pouco movimento – adentre as casas e comércios em risco. Pode ocasionar, inclusive, queda de muros e paredes, gerando danos incalculáveis aos moradores, pela simples curiosidade das pessoas.

O último caso, e mais grave, trata da necessidade de prevenção. A mensagem tranquilizadora da Defesa Civil, na manhã de sexta-feira, fez com que muitos cidadãos não se prevenissem, erguendo móveis ou até mesmo saindo de suas casas. Isso provocou danos e perdas que poderiam ter sido evitados, caso o discurso aqui estivesse em consonância com os demais órgãos da região, que já alertavam para uma cheia de grande porte – ainda que não imaginassem tal enchente histórica. Em casos como esse, seria melhor o contrário: que se pecasse pelo excesso.

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