‘Estamos em 2024 e ainda tem gente com essa atitude’, diz jovem vítima de racismo em clube de Piracicaba

‘estamos-em-2024-e-ainda-tem-gente-com-essa-atitude’,-diz-jovem-vitima-de-racismo-em-clube-de-piracicaba


Em audiência de custódia, Justiça solta mulher presa por injúria racial. Suspeita terá de comparecer aos atos do processo e não poderá mudar de casa sem avisar a Justiça. Justiça solta mulher presa por injúria racial em Piracicaba
Após ser vítima de injúria racial em um clube recreativo de Piracicaba (SP), a jovem Manuela Juliana Rodrigues da Silva, afirmou nesta quarta-feira (14) que se sente abalada com a situação e se posicionou sobre o crime do qual foi alvo na terça-feira de carnaval (13).
“Isso é horrível. Ela tem que pagar pelo que fez porque não é correto. Estamos em 2024 e ainda tem gente com essas atitudes. Ainda me abala, não vou mentir. Mas, estou melhor”, declarou emocionada.
📲 Receba no WhatsApp notícias da região de Piracicaba
A mulher acusada de racismo chegou a ser presa, mas foi liberada após audiência de custódia. O clube se pronunciou sobre o caso e disse que a acusada foi desassociada do estabelecimento recreativo. Segundo o representante da instituição, ela já tinha sido apontada pelo mesmo crime anteriormente, mas na ocasião, a vítima não quis dar queixa oficialmente –👇 Leia mais, abaixo.
Polícia prendeu mulher por injúria racial dentro de clube recreativo em Piracicaba
Divulgação/PM
Júlio César da Silva, pai da jovem vítima de ofensas racistas, é diretor no clube recreativo de Piracicaba (SP), presenciou o caso e contou como tudo aconteceu.
“Nós nos deparamos com uma confusão. Havia uma discussão entre a senhora acusada e um associado do clube. Ficamos ali ao lado até que, em um determinado momento, ela deu um tapa muito forte no braço dele. Como diretor, eu intervim no sentido de apaziguar a situação dizendo que no clube não permitimos nenhum tipo de agressão física”, relatou.
‘É um sentimento de indignação. Mas, não podemos perder a esperança. Temos que denunciar para que isso não volte a acontecer com outras pessoas”, declarou.
“Nesse determinado momento, a senhora começou a falar palavras de baixo calão. Isso me deixou muito pra baixo, muito revoltado”, descreveu.
Manuela também relembrou a cena. “Eu estava ao lado dele [pai]. Aí, ela começou a fazer uns gestos racistas [apontando para braço]. Falou do meu cabelo, que ele era feio”, detalhou.
Pai e filha denunciam crime de racismo sofrido em clube recreativo de Piracicaba.
EPTV/Reprodução
Crime
A ofensora foi presa por injúria racial em Piracicaba (SP) nesta terça-feira (13) e teve a liberdade provisória decretada pela Justiça nesta quarta (14). Ela passou por audiência de custódia e foi liberada, com obrigação de cumprir algumas determinações.
Acusada é solta após audiência de custódia
Segundo o Tribunal de Justiça, a idosa foi solta mediante o compromisso de comparecer a todos os atos do eventual processo instaurado, além de não poder mudar de casa sem avisar a Justiça.
A mulher tinha sido presa em flagrante depois de ofender duas pessoas com insultos racistas dentro de um clube recreativo, durante uma discussão na beira da piscina.
Crime de racismo ocorreu no Clube Cristovão Colombo em Piracicaba.
Reprodução/EPTV
De acordo com o boletim de ocorrência, na área da piscina ela teria jogado água nas vítimas e depois também disse palavras de baixo calão com teor racista, chamando as vítimas de “nojentas” e dizendo que não deveriam estar ali. Uma das vítimas era uma adolescente.
Os seguranças do clube foram chamados e a confusão continuou do lado de fora, quando a polícia foi acionada.
As vítimas e a autora foram encaminhadas ao plantão policial, onde foi registrado um boletim de ocorrência de injúria racial. Mesmo com a suspeita solta, o caso segue em apuração.
O que diz o clube
A reportagem procurou o clube onde o crime ocorreu e o presidente informou que a associação da suspeita foi desfeita. Ela já tinha sido apontada como autora de outra situação envolvendo racismo, mas a vítima não quis prestar queixa da primeira vez.
Por conta da falta de uma denúncia formal, o clube informou que da primeira vez não conseguiu abrir um procedimento interno para desligamento da associada.
“Dessa vez, nós já tomamos as devidas providências, a ex-associada já está em processo de desligamento. O Clube Cristóvão Colombo não compactua com nenhum tipo de ato de preconceito, seja homofóbico, seja racial. E a gente lamenta muito o ocorrido”, afirmou o presidente do clube, Guilherme Pereira.
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias no g1 Piracicaba
Adicionar aos favoritos o Link permanente.