Junho Lilás: qual a importância do Teste do Pezinho?

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O primeiro passo para uma vida saudável deve ser dado nos primeiros dias de vida do bebê. Este mês é promovida a campanha Junho Lilás para a conscientização da importância da triagem neonatal. E no dia 06 de junho foi celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, um exame que pode identificar mais de 60 doenças com apenas algumas gotas de sangue!
A Triagem Biológica Neonatal – mais comumente conhecida como “Teste do Pezinho” – é um exame extremamente simples: algumas gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido são coletadas e aplicadas em um papel filtro especial, que será utilizado na análise laboratorial.
Para um diagnóstico mais preciso, é importante que esse exame seja coletado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, pois algumas doenças necessitam de alguns dias para que possam ser diagnosticadas.
O Teste do Pezinho é realizado de forma rápida e praticamente indolor ao bebê
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O teste é realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através das Unidades Básicas de Saúde e abrange seis doenças. Com a nova Lei 14.154/21, o exame passará a identificar até 53 doenças.
As principais enfermidades, potencialmente graves e até mesmo fatais, que são identificadas pelo exame são:
Fenilcetonúria: doença em que a criança não consegue desmanchar o aminoácido fenilalanina, que passa a ser acumulado no corpo. A fenilcetonúria pode causar danos cerebrais irreversíveis e o único tratamento disponível é uma rigorosa dieta de restrição.
Hipotireoidismo congênito: ausência ou diminuição da produção do hormônio da tireoide, responsável pelo crescimento e desenvolvimento, além do funcionamento de diversos órgãos do corpo. O tratamento consiste na reposição do hormônio tireoidiano, mas requer monitoramento regular.
Doença falciforme: alteração nos glóbulos vermelhos, que podem ter sua forma alterada (formato se assemelha a uma foice), impedindo sua função de transportar oxigênio e obstruindo os vasos sanguíneos. Apesar de não ter cura, as pessoas portadoras de anemia falciforme podem ter vida normal desde que tratadas corretamente.
Fibrose cística (mucoviscidose): doença genética que acomete principalmente os pulmões e o pâncreas. Antigamente possuía alta mortalidade, mas tratamentos mais modernos elevaram significativamente a sobrevida dos portadores de fibrose cística.
Hiperplasia adrenal congênita: engloba um conjunto de síndromes que têm em comum o defeito no funcionamento das glândulas suprarrenais, podendo causar uma variedade de sintomas, dependendo do nível de envolvimento e de deficiência, o que também vai determinar seu tratamento.
Deficiência de biotinidase: a doença se manifesta através de alterações neurológicas, atrasos no desenvolvimento e lesões de pele. Também incurável, seu tratamento consiste na reposição da vitamina biotina.
Além da triagem oferecida pelo SUS, existem outras opções realizadas em clínicas e laboratórios particulares, que podem analisar diversas condições sanguíneas, podendo passar de 100 doenças testadas!
Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que o Brasil está muito aquém do desejado quando o assunto é o diagnóstico de doenças neonatais. Em 2020, apenas 82% dos recém-nascidos realizaram o Teste do Pezinho e destes, apenas 58% o fizeram dentro do período de vida adequado – prazo em que há maior fidedignidade do exame.
Pediatra cooperado da Unimed Lins informa onde o Teste do Pezinho pode ser realizado e explica a importância do exame
“Independentemente de seu nível de atuação, todos os profissionais da saúde têm o dever de promover o diagnóstico e o tratamento precoces, e o Teste do Pezinho é uma das ferramentas mais importantes para que as crianças tenham condições para um desenvolvimento mais adequado e uma vida mais saudável”, afirma Eduardo Noriyuki Yamada, pediatra e médico cooperado da Unimed Lins.
O médico destaca, ainda, que o comportamento da sociedade em geral poderia fortalecer a divulgação da realização do teste.
“A Campanha Junho Lilás reforça a conscientização, mas a promoção da Triagem Neonatal deve ser contínua e permear todos os contextos sociais. Quem sabe, quando encontrarmos uma mãe com um bebê na rua, um dia poderemos puxar uma conversa perguntando: ‘Que lindo! Como se chama? Quanto nasceu pesando? Quanto mede? Já fez o Teste do Pezinho?’. Seria uma prova de empatia e cuidado com o outro”, reflete o profissional.
Médico responsável: Eduardo Noriyuki Yamada – CRM/SP 131.065 – RQE (Pediatria) 34.270
Autora: Amanda Medeiros – MTB 0093566/SP
Fonte: Unimed Centro-Oeste Paulista
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