Número de mortes de bebês e grávidas é o mais alto no Paraná desde 2014, diz Sesa

De janeiro a abril, taxa de mortalidade infantil no estado foi de 11 bebês a cada mil nascidos vivos. Número de mortes de gestantes e bebês aumenta no Paraná
O número de mortes de bebês e de grávidas cresceu no Paraná nos primeiros quatro meses de 2023, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
De acordo com a pasta, de janeiro a abril a taxa de mortalidade infantil no estado foi de 11,1 bebês a cada mil nascidos vivos. No mesmo período do ano passado a taxa foi de 10,3 e, no ano anterior, de 9,5.
O número registrado nos primeiros quatro meses de 2023 é o maior desde 2014. Conforme a Sesa, o resultado é preliminar e ainda pode ser revisado.
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A chamada razão de mortalidade materna registrou 40 mortes a cada 100 mil gestantes. O objetivo da secretaria era que esse número caísse para 34 a cada 100 mil.
O indicador é importante para demonstrar a qualidade de atenção à saúde das mulheres em período reprodutivo.
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Possíveis motivos
De acordo com César Neves, diretor da Sesa, um dos motivos para o aumento do índice é a pandemia, uma vez que hospitais ficaram lotados, o que afastou parte da população dos cuidados básicos com a saúde.
Durante a crise sanitária, segundo a Sesa, a razão de mortalidade materna atingiu picos altíssimos. A instituição trabalha com estratégias para reduzir esses números.
“A nossa meta é baixar esse índice para um dígito, ou seja, 9. Investir em atenção primária, ir atrás de todo caso de óbito que ocorra no estado para saber o que levou a este óbito, se eram mortes evitáveis, promover uma ação continuada de tutoriais e treinamento das nossas equipes…”, afirma Neves.
Bruna Cardoso da Silva, coordenadora do Programa Mortalidade Zero da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, outro fator que influenciou as altas taxas de mortalidade de bebês e de gestantes foi o aumento da pobreza.
“Uma população mais empobrecida, menos escolarizada, que vive as margens sociais, tem mais dificuldade de acesso a cuidados, condições de vida, sobrevivência e também em saúde. Por mais que nós tenhamos a nossa atenção básica descentralizada, capilarizada no território, a nossa população mais empobrecida tem dificuldade de acessar oportunamente esses serviços de saúde, ou um cuidado qualificado, em tempo hábil para a resolução dos problemas. Muitas vezes, dada a baixa escolaridade, tem também dificuldades de compreensão das informações em saúde que poderiam prevenir piores desfechos”, afirma a coordenadora.
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