Começa demolição de prédio que desabou parcialmente em Salvador

Imóvel, citado na obra “O Sumiço da Santa”, do escritor baiano Jorge Amado, desabou na quinta-feira (25), em Salvador. Prédio desabou em Salvador um dia após ser interditado
Reprodução/TV Bahia
Começou na manhã desta sexta-feira (26), o processo de demolição do prédio que desabou na quinta-feira (26), no bairro do Comércio, em Salvador.
O imóvel, citado na obra “O Sumiço da Santa”, do escritor baiano Jorge Amado, havia sido interditado na quarta-feira (26), pela Defesa Civil da capital baiana (Codesal).
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A demolição é feita lentamente para preservar o máximo possível da estrutura do imóvel histórico e a segurança dos profissionais. A ação é realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), com o acompanhamento do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O local segue interditado até o final da operação, que ainda não há prazo para ser concluída.
De acordo com informações do diretor de fiscalização da Sedur, Antônio Lins, os custos da demolição e limpeza serã de responsabilidade do proprietário do casarão.
“A gente faz a notificação e já emite o DAM através do número do imóvel. Não tem como especificar hoje a cobrança, até porque a gente está ainda em fase de demolição e de estudos. Então só na fase final, quando houver todo o custo de diárias, pessoas e equipamentos nós vamos fazer a análise completa para poder passar o valor”, disse diretor de fiscalização.
Por causa do risco de desabamento, parte da Praça Conde dos Arcos, localizada na Rua da Holanda, também foi isolada na quarta-feira.
Enquanto o acesso ao local está interditado, a opção de tráfego, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), é seguir pela contramão, na Rua Alvares Cabral.
Vistoria no prédio
Segundo a Codesal, por falta de manutenção, o prédio foi evacuado, em vistoria realizada no dia 28 de setembro de 2020, e o responsável pelo estabelecimento, aberto na época, foi notificado a suspender as atividades comerciais e evacuar o imóvel imediatamente.
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Prédio que abrigou restaurante citado em obra de Jorge Amado desaba em Salvador
A interdição ocorreria até que o risco fosse sanado com a realização de serviços de recuperação e reforço estrutural das partes instáveis do imóvel, principalmente nos três últimos pavimentos superiores, sob a supervisão de um profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).
Segundo a Codesal, a solicitação de inspeção predial foi encaminhada, então, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a interdição do restaurante e imóvel. Na época, o prédio apresentou desprendimento de reboco da fachada lateral.
A secretaria informou ainda que, na quarta-feira (24), a Codesal realizou uma nova vistoria no local, fechado há cerca de três anos, interditando, por precaução, a área do entorno com a ajuda da Transalvador.
A Codesal ressaltou que até então, não houve necessidade de interditar os imóveis próximos. Antes do prédio desabar, equipes da secretaria retornaram na quinta-feira (25), ao local com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para nova avaliação.
Prédio desabou um dia após ter sido interditado
Reprodução/TV Bahia
Imóvel em área tombada pelo Iphan
Em nota, o Iphan informou que tem um processo aberto de fiscalização, desde 2022, para apurar possível degradação do imóvel, que está em área tombada pelo Instituto.
Em vistoria realizada nesta quinta, antes do desabamento, foi constatado que o prédio estava em estado de degradação. O Iphan afirmou que por se tratar de imóvel particular, a responsabilidade pela conservação dos bens tombados é dos proprietários.
O Iphan explicou que tem acionado órgãos públicos para se ter os nomes dos proprietários do prédio para adoção das medidas cabíveis, podendo gerar multa, em caso de negligência. Disse ainda que recebeu uma informação sobre a identidade do dono e o auto de infração está sendo emitido.
Fechamento do restaurante
Após 107 anos de funcionamento, o Restaurante Colon fechou as portas em novembro de 2021.
Fundado em 1914 por José Maria Orge, que saiu da Galícia, na Espanha, para fugir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o restaurante já recebeu a presença de personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges, Tatti Moreno, Nelson Rufino, entre outros.
A decisão de fechar o local ocorreu após a pandemia da Covid-19. O último dia foi marcado por um sentimento de tristeza para clientes e funcionários.
No entanto, os donos do restaurante decidiram reabrir o estabelecimento em outro imóvel, localizado na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio.
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