Motoristas tentam recuperar carros e conter prejuízos após enchentes

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O comportamento do motorista em uma enchente também é levado em conta pelas seguradoras antes de liberar a indenização. Motoristas tentam recuperar carros e conter prejuízos após enchentes
Jornal Nacional/Reprodução
As tempestades do verão têm levado muita dor e prejuízos a milhares de famílias brasileiras e também provocaram o aumento de clientes dos serviços de recuperação de danos.
Depois da enchente, oficinas cheias. O empresário Eduardo Viegas recebeu quatro carros depois do temporal da última terça (23) em Belo Horizonte. Em todos eles, a água invadiu o motor, encharcou o estofado… um teve perda total.
“Ele saiu batendo em todos os lados, quebrou vidro traseiro, os dois retrovisores”, diz ele.
O carro da estagiária Lorena de Souza foi outro que enxurrada arrastou.
“Quando eu ouvi uma gritaria, eu já vi que o carro estava sendo levado e não deu nem tempo de pensar no que fazer, só deixar”, conta.
Na região metropolitana do Rio, há duas semanas, vários pararam no meio da inundação. Em Guaratuba, no litoral paranaense, reboque improvisado para tirar um veículo do alagamento.
“Todas as ruas de lá até aqui estavam alagadas. Quando eu fui tentar voltar, já foi o carro e começou a boiar, afundou a frente, aí só foi dar tempo de eu e todos nós sairmos do carro”, conta um homem.
No caso de uma enchente, a orientação de mecânicos é desligar o motor e abrir os vidros, se possível.
“Com o vidro aberto, você tem chance de sair do carro. Em caso da água suba muito e você precisar sair de dentro do carro, se tiver muita água, pode ser que os vidros parem de funcionar”, explica Eduardo Viegas.
E depois que a enchente passa, nada de ligar o motor, o correto é chamar imediatamente o reboque. A medida pode ajudar a evitar um problema mecânico maior.
Em geral, a cobertura em caso de desastres naturais, como enchentes, chuvas de granizo e quedas de árvores, está prevista nos seguros de veículos, mas a diretora da superintendência de seguros privados faz um alerta aos segurados.
“Veja se determinada cláusula está cobrindo o que ela pretende que cubra, existe um valor diferencial para cada uma dessas coberturas, então pode ser, por exemplo, que o segurado ali na hora de tentar entender o que ele quer para o contrato de seguro, ele acabe de fato falando: ‘Ah, eu não quero essa cláusula, eu não quero essa outra’. E isso diminui de fato o valor que ele está pagando mensalmente pelo contrato de seguro ou anualmente”, pondera Júlia Normade Liz, diretora da Susep.
O comportamento do motorista em uma enchente também é levado em conta pelas seguradoras. Por exemplo, se alguém perceber antecipadamente que uma via está inundada e, mesmo assim decidir passar de carro, e o veículo acabar dando defeito, a pessoa corre o risco de não receber a indenização.
“Ele acredita que consegue passar por aquela via, mas ela está claramente já totalmente inundada e aí, nesse caso, ele está agravando o risco que a seguradora inicialmente pretendia cobrir. O ideal é não mexer para evitar que você desmonte as evidências que tem ali do risco que você passou”, afirma o advogado Felipe Moreira.
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