Estado americano decide executar de outra forma um condenado à morte por não conseguir aplicar injeção letal

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Kenneth Smith, condenado à morte em 1989, sobreviveu à primeira tentativa de execução em novembro de 2022, e o método escolhido agora provocou reações do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. Método escolhido para execução de condenado nos EUA gera protestos da ONU
Autoridades do estado americano do Alabama vão tentar, pela segunda vez, executar um homem condenado por assassinato. E o método escolhido agora provocou reações do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos.
O homem de 58 anos tem data e local para morrer: a noite desta quinta-feira, 25 de janeiro, em uma prisão do estado do Alabama. É a segunda vez que Kenneth Smith está no corredor da morte.
Em novembro de 2022, uma equipe tentou, durante quatro horas, encontrar uma veia nos braços, mãos e perto do coração, para aplicar a injeção letal. Não conseguiu. O procedimento foi suspenso porque a ordem judicial expirou.
Agora, o método será diferente e provoca controvérsias: a primeira execução nos Estados Unidos por asfixia com nitrogênio. Uma máscara vai ser colocada em Kenneth Smith e por 15 minutos haverá um fluxo de gás de nitrogênio. As autoridades do Alabama argumentam que o processo é indolor e fará com que ele perca a consciência rapidamente.
Asfixia com nitrogênio
Jornal Nacional/ Reprodução
Especialistas dizem que o uso da máscara pode permitir a entrada de oxigênio e prolongar o processo, e que Smith será cobaia de um experimento não comprovado que pode gerar sofrimento.
O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos afirma que o método violaria um tratado internacional contra a tortura. Outros ativistas concordam.
A polícia prendeu Kenneth Smith em 1988. Ele e outro homem receberam US$ 1 mil, cada um, para matar Elizabeth Senneth. Ela foi espancada e esfaqueada. O marido de Elizabeth encomendou o assassinato interessado no dinheiro de uma apólice de seguro. Ele se matou depois que a investigação o apontou como mandante.
Veja casos de condenados à morte que sobreviveram a penas de execução por injeção letal
A Justiça condenou Kenneth Smith à morte em 1989, um ano depois do crime. Em 1996, o juiz recusou o pedido da defesa para que a pena fosse convertida em prisão perpétua. Desde então, Smith está no corredor da morte. O outro acusado do crime, John Forrest Parker, foi executado com injeção letal em 2010.
Os filhos da vítima se queixam da espera para o cumprimento da pena de Kenneth Smith e dizem que pretendem estar presentes no momento da execução.
O caso Kenneth Smith é o mais recente a mexer no debate sobre execuções nos Estados Unidos. Na última década, seis estados suspenderam a pena de morte – apesar dela ainda ser prevista em lei. Na prática, hoje, a maioria dos 50 estados norte-americanos não adota a punição extrema; 21 ainda mantêm a aplicação da pena capital.
O diretor do Departamento de Justiça Criminal da Faculdade John Jay, em Nova York, Evan Mandery, disse ao Jornal Nacional que há uma tendência pelo fim da pena de morte nos Estados Unidos e que as execuções no país caíram drasticamente: de perto de 100 por ano para algo entre 20 e 25 anualmente.
A defesa diz que Kenneth tem crises de pânico e sequelas físicas da primeira tentativa de execução, e deve apresentar um último recurso à Suprema Corte dos Estados Unidos na quinta-feira (25).
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