“Além do manto”, de Sandra Lapage / abre 20/05 / Complexo Cultural Funarte SP 

Ao refletir sobre hábitos de consumo, a mostra “Além do manto”, de Sandra Lapage, convida a uma viagem sensorial em uma instalação de tramas escultóricas no Complexo Cultural Funarte SP

A reutilização de materiais industriais em larga escala aborda o problema do consumo, do lixo, ideias de luxo e status, e o que a sociedade considera valioso versus o que considera irrelevante e descartável

A artista visual Sandra Lapage apresenta a mostra solo “Além do Manto” a partir do dia 20 de maio de 2023 (sábado), das 14h às 19h, no Complexo Cultural Funarte SP, nos Campos Elíseos, em São Paulo. Com texto crítico de Cadu Riccioppo, a exposição revela mais de 20 obras, produzidas entre 2019 a 2023, que incluem [objetos] tramas escultóricas, peças vestíveis, foto-performances e vídeo-performances dispostos em um meandro pontuado pela instalação sonora criada por Bruno Gold,  que joga com noções de gravidade e leveza, incompletude e imperfeição, chance e mistério.

O evento foi selecionado na Chamada Pública para Permissão de Uso dos Espaços da Funarte SP – 2022-2023 e tem apoio da Galeria Eduardo Fernandes e da Beck’s. A mostra segue em cartaz, gratuitamente, até o dia 18 de junho de 2023.

As obras são feitas a partir de materiais reciclados, como cápsulas descartáveis de café, e propõem uma reflexão sobre o problema do lixo, do consumo e do acúmulo na sociedade contemporânea.

“O trabalho manual me conecta à materialidade ao meu redor. Ao produzir por repetição e acúmulo de operações e materiais, gradualmente mergulho em pura ação e presença e, eventualmente, esqueço de mim mesma. Nesses momentos, eventualmente canalizo algo inesperado, e é isso que é emocionante no trabalho: fazer não sabendo, abrindo mão, de certa forma, do controle sobre os resultados, e aceitando acidentes, caminhos inesperados, surpresas e encantamento”, acrescenta a artista, que também desenvolve um trabalho colaborativo no coletivo Eclusa e mantém, com outros cinco artistas, o ateliê coletivo Galpão Japaratuba – um espaço independente de arte na Barra Funda em São Paulo.

A materialidade vital dos objetos cotidianos é o ponto de partida de Lapage, que a leva a uma reavaliação da dicotomia vida/inanimado, humano/natureza para uma abordagem mais ecológica da cultura e da natureza. Refere-se a arte como prática xamânica: “ao limitar a presença do consciente e do ego ao trabalhar, espero canalizar uma poesia essencial”.

Sobre a artista
Sandra Lapage nasceu em 1974, em São Paulo, onde vive e trabalha. Se formou pela FAUUSP e recebeu seu mestrado pelo Maine College of Art em 2013, revalidado pela ECA/USP. Ela recebeu a prestigiosa bolsa da Pollock-Krasner Foundation em 2022-23,  e o Prêmio Repaint History Artist Fund – Summer 2021.

Participou de exposições coletivas e individuais no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos, notadamente na Embaixada do Brasil em Bruxelas (2007), no Museu de Arte de Ribeirão Preto pelo programa de exposições 2006, no Centro Cultural São Paulo pelo programa de exposições 2012, no Gowanus Loft (NYC) em 2014 e 2015, no Museu de Arte de Blumenau e na Aura Arte Contemporânea (São Paulo) em 2018, na galeria Andrea Rehder e Museu de Arte de Ribeirão Preto em 2019; em 2020 expõe no A60 Contemporary Artspace (IT), Kunsthalle am Hamburguer Platz (DE), Surface Gallery (Eng), Tianjin International Digital Imaging Exhibition (China), SP-Arte (Brazil), CICA Museum (Korea), Art/World Brazil e Art to Wear, BG Gallery, (Los Angeles/Artsy), e em 2021 na Antipode Gallery (FR), The Royal Society of American Art, Sculptors Alliance (NYC), John B. Aird Gallery (Canada), e Espronceda (Espanha). Organiza e participa das exposições coletivas In praise of Magic no Paradise Palace e Local Projects (NYC). Em 2022, participa da Alumni Triennial no Institute of Contemporary Art, Portland, Maine e desenvolve uma instalação mural de mais de 10m de extensão, permanente, para os escritórios da Meta em São Paulo. Em 2023, expõe na Galerie Salon H (Paris) e na Galeria Eduardo Fernandes (São Paulo).

Duas vezes premiada com a bolsa Odyssée (Ministério da Cultura da França), residiu em diversas instituições, entre elas a Fondation Château Mercier (Suíça) e NARS Foundation (NYC) em 2014, Elefante Centro Cultural (Brasília) em 2015, Camac Art Center (França) e Paul Artspace (EUA) em 2016, Massachussets Museum of Contemporary Art em 2017, Monson Arts em 2019, Château de Goutelas (França) em 2021, Bogliasco Foundation (Itália) em 2022 e será residente na Art OMI (EUA) em 2023.

Foi artista visitante na Tyler School of Art (Philadelphia), no Maine College of Art (Portland), Estados Unidos.

Sobre o crítico
Carlos Eduardo Riccioppo foi Professor de História, Teoria e Crítica de Arte Arte junto ao Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP (2012-2017), e é professor de História da arte e Estudos Críticos e Culturais no Bacharelado BA/GDI da Escola Britânica de Artes Criativas (EBAC), credenciada à University of Hertfordshire – Reino Unido – e de Cultura Visual no Bacharelado em Artes Visuais e Comunicação Visual da École Intuit Lab (French Institute of Design and Visual Communication). Doutor (a tese abordou a obra de Jac Leirner e a arte brasileira nas décadas de 1980-1990) e Mestre (a dissertação dedicou-se à obra de José Leonilson) em História, Crítica e Teoria da Arte e graduado pela mesma instituição, integra, ali, o Centro de Pesquisas em Arte Brasileira do CAP/ECA/USP.

Publica regularmente artigos sobre artistas modernos e contemporâneos e realizou as exposições “Leonilson – desenhos”, no Centro Universitário Maria Antonia, em 2008, e “Fim da primeira parte” (2011, Galeria Vermelho, São Paulo) e “Gelo para festas” (2017, SESC), ambas do artista João Loureiro, e a mostra “Ratos e Urubus” (2019, Centro Cultural São Paulo). Em 2010, foi contemplado com a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção Crítica em Artes Visuais, e, em 2015, pelo Programa Redes Funarte de Artes Visuais. Compôs os grupos de crítica do Centro Cultural São Paulo, do Centro Universitário Maria Antonia e do Paço das Artes e contribuiu para a Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais. Coordenou o Núcleo de Pesquisa e Formação do Centro Universitário Maria Antonia/USP (2015-2017). Publicou os livros “Gerais” (em parceria com os artistas Carla Zaccagnini, João Loureiro e Rochelle Costi) e “Bruno Dunley” (sobre a trajetória do artista).

Sobre o artista sonoro
Bruno Gold é compositor, produtor, editor e artista sonoro. Já compôs para cinema, documentário, desfile e trabalhos de arte e de audiovisual; tem parcerias com artistas como Sandra Lapage, Élcio Miazaki, Coletivo Reator e Rafael Coutinho; faz parte dos Coletivos Murmur e Invisibili(cidades), ocupando e se apresentando em diversos espaços de SP como a Casa das Caldeiras, Casa Amarela, Praça Victor Civita e Casa da Memória Italiana; rodou o Brasil e a Europa com sua banda de música instrumental autoral Baoba Stereo Club, com cinco discos lançados em dez anos de carreira; segue inquieto caçando paisagens e sonoridades de São Paulo, sua casa e eterno objeto de pesquisa.

Sobre o Complexo Cultural Funarte SP
A Representação da Funarte em São Paulo é responsável pela administração do Teatro de Arena Eugênio Kusnet e do Complexo Cultural Funarte SP, que desde os anos 1980 são referência na vida cultural de São Paulo. As ações da Funarte são voltadas para as áreas de formação, produção e difusão em artes visuais, artes cênicas, música e circo, por meio de editais e chamadas públicas e/ou apoio institucional.

SERVIÇO RÁPIDO
mostra solo “Além do Manto” de Sandra Lapage
texto crítico: Cadu Riccioppo
apoio: Galeria Eduardo Fernandes e Beck’s
abertura: 20 de maio de 2023 (sábado), das 14h às 19h
visita: 20/05-18/06/2023 (terça a domingo, 14h às 19h, incluindo feriados)
local: Complexo Cultural Funarte SP
alameda nothmann, 1058
campos elíseos – são paulo – sp – 01216-001
tel: (11) 3662-5177
site: https://www.funarte.gov.br
valor: gratuito
faixa etária: livre

redes sociais
Sandra Lapage: @sclapage
Cadu Riccioppo: @carloseduardoriccioppo
Bruno Gold: @bruno.f.gold
Complexo Cultural Funarte SP: @funarteoficial

créditos
Ana Pigosso / Divulgação
João Mascaro / Divulgação

Autor:

Erico Marmiroli

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