Escultor Hélio Petrus faz 80 anos; conheça o trabalho do artista que tem Aleijadinho como inspiração

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Hélio virou referência do estilo neobarroco no Brasil. Ele já produziu mais de cinco mil peças. “Eu procuro suavizar as expressões barrocas, que eram carrancudas, pesadas, para um semblante mais alegre, mais suave”, conta. Artista plástico de Minas Gerais, admirador de Aleijadinho, completa 80 anos
Em Minas Gerais, um artista plástico, que aprendeu a esculpir admirando as obras do mestre Aleijadinho, está completando 80 anos, com mais de cinco mil peças produzidas.
Quem chega à histórica Mariana, na região central de Minas Gerais, passeia por um museu a céu aberto. As fachadas das igrejas centenárias trazem a exuberância do estilo barroco. Por lá, também estão guardados tesouros revelados em obras como as do mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Foi na cidade que o seu Hélio Petrus cresceu e se inspirou para aprender sozinho o ofício de entalhar e transformar a madeira do cedro em arte sacra.
“Da observação e contemplação das obras do Aleijadinho, me surgiu o grande interesse e desejo mesmo de fazer algo semelhante”, relata o artista.
Hélio Petrus virou referência do estilo neobarroco no Brasil. Ele já produziu mais de cinco mil peças que hoje também estão nas igrejas em Mariana.
“Eu procuro suavizar as expressões barrocas, que eram carrancudas, pesadas, para um semblante mais alegre; inclusive usando tons de pátina, que são aqueles tons clarinhos”, conta Hélio.
A produção desse artista é tão rica e extensa, que a casa dele, em Mariana, virou uma galeria. Os visitantes podem apreciar o trabalho feito há mais de cinco décadas. Obras de arte que seguem conquistando espaço em locais nobres.
Palácio das Artes, em Belo Horizonte. A exposição tem 32 peças. A Santa Ceia em madeira encerada tem mais de dois metros de largura e dois de altura. Luzes, sombras, curvas e contornos: detalhes que conquistam admiradores famosos. O padre Fábio de Melo tem uma coleção de peças na capela dele.
“O Hélio tem uma relevância enorme dentro do patrimônio cultural histórico brasileiro. Um homem que tem uma profunda experiência com Deus, e que traz para a sua arte esta transcendência”, conta o padre.
As esculturas reforçam a nossa identidade. “Essas obras trazem a história de Minas. E revisitar a história de Minas é algo, assim, que te torna mais mineiro”, diz a funcionária pública Marjorie Soares de Oliveira.
O mestre Hélio está completando 80 anos e vai se aposentar. Mas ele ensinou o ofício a outros entalhadores.
“Através disso, eu tive uma chance de me desenvolver na arte. Eu tenho muito prazer”, conta o escultor José das Mercês Paiva.
“Estou passando agora para eles, e espero que essa arte perdure como está perdurando a arte do Aleijadinho e de outros artistas do século 18 e 19”, deseja Hélio.

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