Ciclista que morreu após ser atingido por moto fez aniversário um dia antes e estava na melhor fase da vida, diz família

Segundo parentes, José Acioli dos Santos Junior estava muito feliz, pois havia realizado grandes conquistas. Acidente aconteceu em Guarujá, no litoral de SP José Acioli dos Santos Junior tinha feito aniversário dias antes do acidente e estava muito feliz
Arquivo Pessoal
O ciclista que morreu após ser atingido por uma motocicleta e arremessado em uma avenida de Guarujá, no litoral de São Paulo, estava no melhor momento da vida dele quando sofreu o acidente, segundo familiares. O acidente foi registrado por uma câmera de monitoramento (veja acima). José Acioli dos Santos Junior tinha feito 25 anos no último dia 8, estava colecionando conquistas e tinha acabado de completar um ano empregado com a carteira de trabalho.
“O sonho dele era trabalhar registrado”, disse a irmã Fabiana de Freitas Santos, de 34 anos, em entrevista ao g1. Segundo a auxiliar de apoio escolar, o jovem iria tirar as primeiras férias em julho e estava muito feliz, pois tinha comprado um celular novo, colocado aparelho nos dentes e quitado sua bicicleta – que ficou destruída com o acidente.
“Estava na melhor fase da vida dele porque estava conquistando as coisas […] Estava vivendo, aproveitando, trabalhando com o que ele amava”, explica Fabiana. Ela contou que José era registrado como ajudante de serviços gerais em uma empresa que presta serviços à uma escola e, fora do expediente, ajudava o irmão com uma serralheria.
“Quando tinha entre 16 e 17 anos começou a me ajudar na serralheria e não parou mais. Até o último dia de vida dele ele trabalhou comigo e me ajudava muito. A gente era conhecido em Guarujá como ‘serralheiros da moto’, pois não temos carro mas carregávamos vidro, espelho, porta e janela, na moto”, conta o irmão Flávio de Freitas Santos, de 32 anos.
Uma das paixões de José era o futebol
Arquivo Pessoal
Outra paixão de José era o futebol. Segundo Fabiana, o jovem chegou a participar de testes em diversos clubes quando era mais novo e nunca abandonou o esporte. “Amava futebol em campo, em quadra, videogame. Às vezes, deixava um compromisso com a família para poder jogar bola. Só que, ano passado, ele teve uma lesão”, explica a auxiliar de apoio escolar.
A irmã relembra que a patela de José foi atingida e os médicos chegaram a dizer que, se não fosse a musculatura de atleta do jovem, ele poderia ficar sem colocar o pé no chão.
“A única vez que vi ele triste foi quando se machucou”, conta Fabiana. Ela diz que o rendimento do irmão caiu, mas o esporte continuou em sua vida. Ele era apaixonado pelo Santos e foi enterrado com a camisa do time da Vila Belmiro.
Caçula
Caçula em uma família de dez filhos, José era muito querido pelos irmãos, especialmente por Fabiana, que o considerava “alma gêmea”. “Nossa ligação era tão forte que na noite que ele faleceu, eu não dormi”, afirma a mulher. “Acho que no plano espiritual já estava acontecendo a partida dele e eu estava sentindo”, conta.
Flávio também era fã do irmão mais novo e atribui parte do seu sucesso ao jovem. “Além de irmão, era amigo, parceiro, braço direito. Tudo que tenho, que conquistei, devo para ele que esteve comigo esse tempo todo”, enfatiza.
Flávio (à esquerda) e Fabiana (à direita) sofrem com a perda do irmão caçula
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Acidente
No dia do acidente, Flávio estava a caminho de Minas Gerais para um casamento. “Quando cheguei lá, recebi a ligação de um amigo dele dizendo que José sofreu um acidente”, relembra, dizendo que imediatamente retornou ao litoral paulista.
“A pior sensação da minha vida foi essa volta, angústia. Mas, acredito que foi tudo permissão de Deus porque eu tenho pressão alta e se tivesse visto meu irmão naquele estado, não sei se aguentaria”, afirma o homem.
Segundo o serralheiro, José foi forte, pois faleceu poucos minutos após a chegada dele na cidade. “Só estava esperando se despedir de mim, esperando eu chegar para não receber a notícia por telefone e conseguir suportar essa perda. Foi um dos dias mais angustiantes da minha vida”, conclui.
José trabalha como serralheiro junto com o irmão
Arquivo Pessoal
Relembre o caso
José morreu na noite de quinta-feira (18), após ser atingido por uma motocicleta na Avenida Santos Dumont, em Vicente de Carvalho, em Guarujá. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Santo Amaro, mas não resistiu.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram o momento em que as vítimas são arremessadas dos veículos.
Colisão entre moto e bicicleta deixa uma vítima fatal e um ferido, em Guarujá
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