SC registrou 5 mortes violentas de LGBTI+ em 2022; aponta pesquisa

Santa Catarina registrou cinco mortes violentas de pessoas LGBTI + — lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, intersexuais e outros — em 2022. Os dados são do Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil. O levantamento revelou que em média, uma pessoa desse grupo morre a cada 32 horas no Brasil em função do gênero ou da orientação sexual.

O levantamento revelou que em média, uma pessoa desse grupo morre a cada 32 horas – Foto: Divulgação/ND

O dossiê foi produzido em conjunto por três organizações, a Acontece Arte e Política LGBTI+, a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos).

No Estado, pessoas LGBTI+ aconteceram em quatro cidades: duas mortes violentas em Blumenau, um em Lages, um em Araranguá e um em Taió.

Na região Sul, o Paraná lidera com 10 mortes violentas enquanto o Rio Grande do Sul registrou quatro óbitos.

Conforme o dossiê, Santa Catarina registrou uma taxa de 0,64 mortes por milhão, tornando o Estado um dos menos violentos do Brasil no tema. O Sul também é a região com menor índice do Brasil, 0,62 mortes por milhão.

O levantamento atribuiu o índice do Sudeste e do Sul ao investimento destinado historicamente para as regiões.

“As regiões Sudeste e Sul foram historicamente privilegiadas em termos de acumulação de capital e de investimentos produtivos, o que as caracterizam como espaços de elevada concentração industrial, maior desenvolvimento tecnológico e significativo grau de escolarização e de acesso à informação de sua população, fatores que podem contribuir para realidades menos preconceituosas, violentas e hostis à população LGBTI+”, explicam.

Um LGBTI+ morre a cada 32 horas no Brasil

O levantamento apontou que o Brasil registrou 273 mortes de pessoas LGBTI+ em 2022. A estimativa é de que, ao menos, uma pessoa LGBTI+ morra violentamente a cada 32 horas. A estatística abrange o assassinato e o suicídio pela intolerância em função do gênero e orientação sexual.

Do total de mortes, 159 eram de mulheres transexuais e travestis, o equivalente a 58,24% das vítimas. Em segundo lugar está os 96 óbitos de homens gays, que representam 35,16% do total. Com oito mortes cada, mulheres lésbicas e homens transexuais ocupam o terceiro lugar no ranking. Pessoa não binária e outros segmentos registraram uma morte cada.

Conforme o dossiê, 83,52% das vítimas foram assassinadas, ou seja, 228 mortes. Além disso, 10,99% das pessoas cometeram suicídio, um total de 30. No caso da morte dos outros 5,49%, 15 pessoas, o óbito não se enquadrou em nenhuma tipificação.

O Ceará foi o Estado com o maior registro de mortes de pessoas LGBTI+, com 34 vidas perdidas. Em seguida, São Paulo com 28 óbitos e Pernambuco com 19 mortes violentas.

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