Salvador se encaminha para reedição de embate entre grupos de 2022

No jargão do mundo político, há a diferenciação entre dois tipos de tempo: o da política, que não para nunca, e o eleitoral, aquele que segue o calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral para quem quiser trocar de partido, para os partidos definirem as candidaturas e poderem fazer propaganda política e coisas do tipo.
O primeiro tempo, o da política, costuma começar assim que a urna é fechada e que o resultado de uma eleição é divulgado. No instante seguinte, mundo político, imprensa e opinião pública já começam a se mobilizar para pensar no pleito seguinte e  em 2024 não será diferente.
Na noite do dia 30 de outubro de 2022, minutos após sair o resultado de quem seria o novo governador da Bahia, os questionamentos a respeito do futuro dos vencedores e derrotados nas eleições majoritárias começaram.
“Será que ACM Neto (União Brasil), após ser derrotado para o governo estadual vai tentar novamente a Prefeitura de Salvador?”. “Qual será a estratégia do grupo comandado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) para tirar o Executivo soteropolitano das mãos do carlismo?”. “O vice-governador Geraldo Junior (MDB) vai ser candidato a prefeito?”. “Bruno Reis (União Brasil) conseguirá se reeleger com a mesma folga com que foi eleito em 2020, ainda no primeiro turno?”.
Esses questionamentos em maio de 2023 ainda seguem sem uma resposta tácita. Ainda assim, movimentos recentes no âmbito da política municipal da capital baiana, como a cobiça dos partidos da base do prefeito com o cargo de vice, hoje ocupado por Ana Paula Matos (PDT), o embarque do presidente da Câmara de Salvador, Calor Muniz, no PSDB – partido que tem sido aliado de primeira hora do carlismo, mas que, segundo Muniz, poderá sentar para conversar com o governo Jerônimo – a volta do ex-prefeito ACM Neto à cena pública após um período de silêncio, com frequentes participações nas redes sociais ou em agendas com o seu grupo político, a vontade expressa de Geraldo Jr. em ser candidato único, e o movimento do PT em novamente lançar candidatura própria, dessa vez, aparentemente, testando o nome do presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Zé Trindade (PSB).
Indícios de que o tempo da política entrou de vez no eleitoral e, nesse sentido, as coisas começaram a se acelerar.
O caminho da reeleição
Até o momento, segundo aliados, se a eleição fosse hoje, o prefeito Bruno Reis seria reeleito. A hipótese é colocada até mesmo por políticos da oposição a Reis, tanto pelo “céu de brigadeiro” que o chefe do Executivo soteropolitano tem encontrado na Câmara de Salvador, quanto por uma agenda constante de entregas de obras.
Respostas contundentes a questões emergenciais, como a criação da Prefeitura-Bairro do Centro Histórico, como forma de tentar revitalizar a região, também gabaritam Bruno a permanecer na cabeça da chapa majoritária e a deter o favoritismo do próximo pleito, principalmente pela dificuldade do grupo opositor, que parece “bater cabeça”, em escolher um nome que possa desafiá-lo em 2024. 
Na Câmara, Bruno tem a ampla maioria de vereadores votando ao seu favor. De vez em quando, há um ou outro parlamentar de sua base que reclama em plenário, critica decisões dele, mas na hora de votar favorável seja em proposições do Executivo ou em manutenção de vetos a projetos dos edis, acabam votando com a bancada da maioria. 
Paralelo a isso, o presidente da Casa, Carlos Muniz, depois de um 2022 tumultuado com a eleição para o governo estadual impactando o andamento os trabalhos dos vereadores e a relação entre os dois poderes, já que o atual vice-governador Geraldo Junior presidia o parlamento, tem construído um caminho de diálogo com Reis, inclusive o elogiando em declarações recentes e apontando a necessidade dele de se desvencilhar enquanto gestor da sombra do seu antecessor.
Sobre essa relação entre os poderes, a oposição tem criticado com frequência nas sessões o que chama de “interferência do Executivo”. A líder do bloco opositor, Laina Crisóstomo (PSOL), alerta, em seus pronunciamentos, que o prefeito desrespeita o trabalho dos vereadores ao vetar, seja parcial ou totalmente, uma proposta dos parlamentares que já passou pelas comissões temáticas da Casa, pelos colegiados permanentes e que tenha sido aprovada em plenário. 
O líder do PT na Câmara, o vereador Tiago Ferreira, critica o modo de Bruno Reis governar e, segundo o petista, há pesquisas internas do grupo de Reis que apontam que ele não está com uma boa avaliação. De acordo com Ferreira, a relação com os vereadores é uma forma de aferir o que ele considera uma má gestão. 
“A gente traz projetos aqui, mas ou não são aprovados pela base do prefeito ou então o prefeito veta. As pessoas têm fome, mas ele não apresenta uma política de combate à fome. Existe o desemprego, mas não tem uma política de geração de emprego e renda. Então, obviamente as pessoas não se identificam com uma pessoa que não consegue dar respostas aos seus anseios”, cita. 
Nessa diferença de narrativas, os apoiadores do prefeito se apegam aos números mais recentes. O líder do PP na Casa, Leandro Guerrilha, partido que migrou em 2022 para o bloco de apoio do prefeito, avalia que Bruno deve se reeleger sem muita dificuldade. 
“Ele pegou uma cidade com pandemia, sem festas, sem carnaval… Quando as coisas voltaram, fez o maior carnaval de Salvador, antes disso, o maior réveillon já visto na cidade. A cidade teve um dos melhores verões dos últimos anos com hotéis lotados, a população gerando renda… Posso dizer com toda prioridade que se a eleição fosse hoje, porque a gente não pode imaginar o que vai acontecer daqui a um ano, Bruno Reis estaria eleito no primeiro turno”, avalia Guerrilha.
 

Aprovação da gestão e movimentações partidárias deixa base do prefeito confiante

|  Foto: Max Haack | Secom PMS

 Líder do União Brasil na Câmara, Claudio Tinoco cita a boa avaliação do correligionário e rechaça a ideia de qualquer discussão dentro da sigla sobre a possibilidade do ex-prefeito ACM Neto tentar se recandidatar para a prefeitura de Salvador e tirar Bruno do posto.
“Internamente não discutimos isso. A posição do partido é muito clara: Bruno Reis será o nosso candidato à reeleição justamente pelos méritos dele e não por falta de outros quadros. Inclusive, o ex-prefeito ACM Neto já declarou publicamente que em 2024 estará como cabo eleitoral e eleitor de Bruno Reis. Não existe um apelo para outro movimento”, pontou.
Mesmo que dê como certa a recandidatura de Bruno Reis, Tinoco diz ainda que é muito cedo para uma definição sobre composição de chapa, diante dos movimentos das siglas que compõem a sustentação da governabilidade do mandatário de Salvador.
“Isso virá no momento certo. A questão da composição de chapa com a vice-prefeita ou vice-prefeitos. Os partidos vão mostrando força, como o PP que tem uma grande bancada dentro da Câmara, e no nosso partido a gente tem até quadros muito qualificados para ser vice de Bruno Reis. Ainda é muito cedo”. 

Líder político do grupo, Neto deve empreender esforços em reeleição de Bruno Reis

|  Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE

 Ainda segundo Tinoco, e corroborado pelo líder do governo na CMS, Kiki Bispo (União Brasil), as recentes reuniões capitaneadas por ACM Neto, que é o líder político do grupo, não tem qualquer ligação com uma possível candidatura do mesmo a qualquer cargo eletivo em 2024 e sim com a formulação de estratégias para o fortalecimento da sigla de olho no Legislativo soteropolitano para a o próximo ano. 
O A TARDE tentou contato com o ex-prefeito ACM Neto para saber da sua posição em 2024, mas não teve retorno até o momento do fechamento desta reportagem.
As dificuldades da oposição
O que se desenha até o momento, é que a eleição de Salvador deve repetir as polarizações percebidas nos últimos pleitos da capital baiana e do governo do estado. De um lado, a candidatura sob a influência do carlismo e, do outro, a do grupo que representa os partidos da base do Executivo estadual.
Nesse sentido, as legendas têm colocado nomes de seus quadros à disposição para a análise do grupo e marcado posição na mesa de negociação sobre, nesse primeiro momento, até que ponto estão propensas a ceder ou não.
Entre nomes que despontam e líderes partidários, a vontade é que o grupo tenha uma só candidatura e que ela consiga ser construída com tempo, para que erros de pleitos passados, como a estratégia de lançar diversos candidatos do mesmo bloco, não sejam repetidos. 
Nesse cenário, é especulado dentro dos quadros do PT o deputado estadual Robinson Almeida, que historicamente, tem em sua trajetória eleitoral uma atuação com o município de Feira de Santana, além de outros possíveis postulantes, como a socióloga Vilma Reis e a vereadora licenciada e a presidente da Funarte, Maria Marighella.
Além disso, dentro da militância petista, há quem defenda que só um nome com o recall do senador Jaques Wagner e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, poderiam fazer frente ao carlismo, como o fizeram nos pleitos estaduais em 2006, 2010, 2014 e 2018, quando, além de serem eleitos para o Palácio de Ondina, conseguiram vencer nas urnas soteropolitanas. 
Ganha espaço também, como hipótese mais forte no momento, o partido abrir mão de encabeçar uma chapa, como fez em 2016, quando deu espaço para Alice Portugal (PCdoB) disputar e indicar o vice. O que importa, ao menos para Jerônimo, é que se mantenha a unidade da base.
O que também tem agradado a militância é que o partido abrigue um nome forte de outro partido, como o vice-governador Geraldo Junior (MDB), defendido amplamente por aliados de primeira linha do governo Jerônimo, ou o presidente da Conder, Zé Trindade (PSB), que pode estar de mudança para o PT. A intenção é garantir o número 13 nas urnas de Salvador, com o objetivo de manter ou aumentar a bancada de vereadores da sigla na Câmara, a maior da base de oposição. 
 

Novo integrante do time de Lula, Geraldo Jr. espera decisão em torno do seu nome

|  Foto: Ricardo Stuckert / PT

 Recentemente, os quatro representantes da legenda no Legislativo municipal se reuniram com a presidente municipal do PT em Salvador, Cema Moura, para alinhar o discurso do grupo sobre o assunto eleição. 
“A gente entende que tem que ter candidatura própria. Mesmo no período da pandemia, quando o PT apresentou a candidatura da Major Denice, mesmo sem poder fazer campanha nas ruas por causa das restrições na época, a gente teve uma votação próxima de 20%. Mas esse não é o tamanho do PT. O partido tem em Salvador, sozinho, cerca de 25 a 30% de eleitores. Isso já foi comprovado em diversas pesquisas”, avalia Tiago Ferreira.
“As pessoas se identificam com os projetos que o nosso partido encabeça e isso não está alinhado não com um nome e sim com o projeto que as pessoas identificam. Aqui em Salvador, em 2022, tivemos 37% dos votos para governador, mesmo com o nosso candidato na época não sendo conhecido e disputando com um candidato conhecido na cidade, ex-prefeito, herdeiro político de uma dinastia e que tem um monte de rua com o nome dos seus familiares”, defende.
Sobre os nomes que agradam a militância, Ferreira cita o nome de Robinson e diz que o parlamentar é um nome pronto para debater a cidade e tem a experiência para tal.
“Não definimos um nome, mas já definimos a tática. O número 13 já está na mente e no coração das pessoas e assim fica mais fácil para o eleitor alinhar o 13 com Lula e com Jerônimo. Assim, dos partidos da base do governo estadual, o que mais se encaixa com a possibilidade de fazer uma disputa real é o PT”.
O vereador aponta ainda a possibilidade de o PT abrigar os nomes de fora do partido, como o do vice-governador Geraldo Junior ou o de Zé Trindade, mas, para isso, há uma condição colocada pela militância que esse “refugiado” deverá atender. 
“Como a gente está na fase de pensar a tática, essa pessoa tem que primeiro ‘ler a cartilha do partido’ e estar alinhado com o nosso programa. Geraldo, por exemplo, veio para a nossa base e hoje faz muitos discursos dizendo que antes, quando era do outro grupo, não sabia o que era o MST ou o que significava diversas pautas que a gente defende. Trindade tem feito um trabalho positivo na Conder e realizado diversas intervenções de grande porte dentro de Salvador, e que eu, particularmente, não vejo com maus olhos”, avalia o líder petista.
Um nome forte da base
O vice-governador Geraldo Junior (MDB) tem sido mais comedido ao comentar a possibilidade de ele disputar a prefeitura de Salvador em 2024. O nome dele ganhou força e entrou na roda de especulação após ele não ter sido indicado para comandar uma secretaria da gestão estadual e receber a tarefa de organizar, pelo estado, o Carnaval em Salvador e no interior.
Nesse período, o ex-presidente da CMS colocava o seu nome à disposição, caso fosse o nome que representasse a unidade da base encabeçada pelo “líder político”, o governador Jerônimo Rodrigues. Ultimamente, no entanto, o vice tem silenciado sobre o assunto.
Em entrevista recente à Rádio Metrópole, o vice-governador reconheceu que Bruno Reis, por ter a máquina pública a seu favor, é um forte nome à reeleição e chegou a apontar o nome de Zé Trindade como um bom oponente em 2024.
À frente da Conder desde janeiro de 2021, José Gonçalves Trindade tem em seu currículo dois mandatos como vereador da capital baiana (2013 – 2020).
A estatal comandada por ele é subordinada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur-BA) e é responsável pela implementação de políticas públicas do Governo do Estado, com a execução de projetos e obras nas áreas de mobilidade urbana, habitação, qualificação urbanística e edificações de prédios públicos, o que deixa o dirigente em um papel de protagonismo direto em obras implementadas na capital baiana, dando-o visibilidade como gestor público.
Trindade seria inclusive o nome de confiança do ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo fontes de A TARDE, o nome do ex-vereador foi posto na mesa pelo ex-cacique petista, que o nomeou para a Conder e tem feito articulação interna para viabilizar a escolha.
 

Zé Trindade é nome forte dentro da cúpula petista

|  Foto: Divulgação | CMVS

 Indicado também pela presidente estadual do PSB, a deputada federal Lidice da Mata, como um dos possíveis nomes da sigla para a disputa em 2024, Trindade atribui essa tração política ao seu trabalho na Conder.
“Temos realizado grandes obras, a exemplo dos novos colégios de tempo integral, que têm chamado a atenção do nosso presidente Lula e já são uma referência nacional. Também temos feito centenas de obras que pouca gente vê, mas que fazem a diferença na vida das pessoas que mais precisam. Nosso trabalho tem chegado a lugares esquecidos pela Prefeitura de Salvador. Quando a gente realiza uma obra, o objetivo é gerar emprego e mudar a realidade das comunidades de Salvador e dos municípios da Bahia”, aponta o gestor.
Sobre ser um nome que agrada os partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues para o pleito municipal em Salvador no próximo ano, inclusive a bancada do partido na Câmara e parte da militância, Trindade alega que não pensa em 2024 e que está focado em seu trabalho na Conder.
“Fico muito feliz que os vereadores de Salvador tenham confiança em meu nome. Fui vereador de Salvador e muitos colegas daquele período permanecem na Câmara fazendo um grande trabalho. Fazemos parte do mesmo time e o papel de cada um em 2024 será definido em permanente diálogo e construção coletiva”, apontou.
Perguntado por A TARDE se considera a possibilidade de migrar do PSB para o PT com o intuito de encabeçar a chapa nas urnas, o dirigente desconversa e aponta que faz parte de um grupo político e que assim seguirá sendo em 2024, independente se for ou não candidato.
“Faço parte de um grupo que acredita e trabalha por um projeto político único. Dentro deste grupo, tenho grandes referências, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues, do ministro Rui Costa, dos senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, da deputada Lídice da Mata e de muitas outras grandes lideranças do cenário nacional que admiro e respeito muito. Em 2024, continuarei ao lado de todos os partidos aliados do nosso grupo para que questões como essa sejam discutidas e definidas conjuntamente. Independente do nome que for definido, o que posso garantir é que continuarei trabalhando duro para que esse grupo siga coeso cuidando de gente em Salvador e em toda a Bahia”, argumenta.
A vez do PSB
Além do nome de Trindade, Lídice também colocou o seu nome e o do vereador Silvio Humberto, como possíveis candidatos à Prefeitura de Salvador em 2024. Em contato com o A TARDE, a parlamentar acrescentou ainda o nome da deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) que, em 2020, concorreu ao Executivo soteropolitano na vice da chapa de Major Denice (PT).
“Temos Silvio na articulação com o movimento negro, Zé Trindade tem surgido muito forte por causa do desempenho dele à frente da Conder, na base do governador, e eu, que fui prefeita e a deputada mais votada no nosso campo”, analisa Lidice. 

Lídice defende força do PSB dentro do grupo político

|  Foto: Foto: Rafaela Araújo | Ag. A Tarde

 Sobre a possibilidade de Zé Trindade sair do PSB para ir ao PT, o que poderia acalmar a militância petista por seu desejo de manter a maior bancada do bloco de oposição ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) na CMS, Lídice rechaça essa ideia e aponta que o seu partido já apoiou candidaturas do PT e PCdoB no passado e questiona o porquê de o PSB não poder ser a legenda do cabeça de chapa em no pleito municipal em 2024.
“Eu acho uma bobagem [Zé Trindade mudar de partido]. Nós já apoiamos quatro vezes a candidatura de Nelson Pelegrino (PT), já apoiamos, [Walter] Pinheiro (PT), Alice Portugal (PCdoB), já apoiamos Major Denice (PT), portanto, não há justificativa plausível para que não haja um nome do PSB pela base do governador Jerônimo Rodrigues. Esse pensamento que a candidatura só poderia ser do PT é pequeno, diante do que construímos em toda a Bahia e em particular em Salvador”, defende a deputada, acrescentando que Trindade se dá muito bem com o PSB e prevendo que as coisas relativas à eleição municipal na capital baiana só terão uma definição em março do próximo ano. “Nada acontece em Salvador de importante antes do carnaval”, brinca. 
Correndo por fora
Ainda que a capilaridade da disputa política deva mesmo se concentrar na disputa entre os grupos políticos do governador Jerônimo Rodrigues e da dupla de gestores que tem ganhado eleições em Salvador, ACM Neto e Bruno Reis, outros nomes também se colocam na disputa pela cadeira no Palácio Thomé de Souza.
Candidato ao governo na eleição do ano passado, o ex-deputado federal e ministro do governo Bolsonaro, João Roma (PL), iniciou cedo as articulações políticas de olho em 2024 com a meta de não deixar a base eleitoral do ex-presidente esmorecer e fortalecer o PL no estado. 
Já tendo se colocado como pré-candidato à Prefeitura, Roma não descarta sair de cena e apoiar o prefeito Bruno Reis desde que não haja nenhum tipo de articulação do mesmo com a base petista.
Com pouco mais de 125 mil votos conquistados para o governo, cerca de 8,5%, um possível apoio de Roma pode ser uma importante carta na manga para que o grupo de situação permaneça à frente da gestão. 

Deputado federal e ex-ministro, João Roma

|  Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

 Também candidato em 2022, Kléber Rosa, que participou do grupo de transição do governador Jerônimo Rodrigues, criticou a base petista por não ter acolhido como esperado o programa do PSOL no novo governo e deve se colocar como uma voz da esquerda dissidente do grupo que gere o estado.
A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) também cogitar por seu nome na disputa, mas já afirmou não querer antecipar o processo eleitoral e, de acordo com fontes de A TARDE, não deve ter capilaridade suficiente para um vôo solo após seu partido ter firmado federação com PT e PV. Situação semelhante a do deputado federal Bacelar (PV).
Aliado de primeira mão do time de Lula, o senador Otto Alencar (PSD) também deixou no ar a possibilidade do seu partido ter uma candidatura própria, mas reafirmou que para isso o nome precisaria ser de agrado da base. O deputado federal Antonio Brito e Eleusa Coronel estão entre os nomes cogitados.
*Com colaboração de Lula Bonfim

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