Ambientalista e população contestam laudo que libera prainha do Rio Tietê para banhistas em Sabino

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Cetesb liberou trecho com lodo e mau cheiro para banho, mas moradores e pescadores estão apreensivos. Agência Ambiental, contudo, sustenta a decisão e diz que parâmetros estão dentro do limite legal. Trecho da prainha de Sabino (SP) com rio tomado por algas
Arquivo pessoal
Moradores de Sabino (SP) discordam dos laudos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) que liberam para banho a prainha do Rio Tiete existente no município, já que há grande volume de algas e mau cheiro.
Até o dia 20 de abril, a Agência Ambiental vinha classificando o trecho como impróprio para banho, mas o posicionamento mudou a partir do laudo emitido no dia 28 do mesmo mês, apesar da presença de partículas na água e um espesso lodo em alguns pontos.
Mesmo com a liberação para banho, o pescador Paulo Odenir não se sente confortável para voltar a trabalhar no rio e já está há três meses sem pescar.
“Água suja, aquele lodo verde, fede. Eu não vou pegar os peixes de lá. Os peixes morrem, os camarões morrem na beirada, por causa da sujeira”, reclama.
A comerciante Neuza Manzeppe também discorda da liberação da água para banho. “Eu acho que está muito sujo, não tomaria banho não, porque pode fazer mal.”
População contesta laudo que libera prainha do Rio Tietê para banhistas em Sabino
De acordo com ela, quando o rio está limpo a cidade fica cheia de visitantes, mas isso não acontece há meses. “A água está suja e fedida. Temos que fechar toda a casa para almoçar e jantar”.
De acordo com a servidora pública municipal Gislaine Pinto de Souza, da secretaria do Meio Ambiente, no ano passado a prefeitura fez uma limpeza com remoção do lodo, inclusive da estação de tratamento de esgoto.
Para ela, o município vem fazendo sua parte, mas cidades vizinhas que também são cortadas pelo Rio Tietê também precisam colaborar.
“Aumentar as Áreas de Proteção Ambiental para proteger as margens, tentar voltar o volume da água nas nascentes”, enumera Gislaine medidas que podem ser tomadas.
Trecho de rio em Sabino com mau cheiro e lodo espesso é alvo de contestação por moradores
Arquivo pessoal
Para o membro da Organização Não Governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, Cesar Pegoraro, a presença de algas faz parte do “fenômeno de eutrofização, quando há quantidade grande de nutrientes na água”.
Tais nutrientes podem ser provenientes de despejo de esgoto e de presença de agrotóxicos. O ambientalista explica que a água com aspecto de grãos esverdeados e outras vegetações podem ter a liberação de substâncias tóxicas, que devem ser evitadas.
Questionada, a Cetesb sustentou que apesar das algas, a quantidade de bactérias e outros indicadores verificados em amostras estão dentro dos parâmetros legais que autorizam o banho do Rio Tietê em Sabino.
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