Um ano após emergência de saúde pública, Terra Yanomami ainda sente os efeitos do garimpo ilegal

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Os problemas de saúde dentro da maior reserva indígena do país permanecem e têm relação direta ao garimpo ilegal, que retornou nos últimos meses. Um ano após emergência de saúde pública, Terra Yanomami ainda sente os efeitos do garimpo ilegal
Jornal Nacional/ Reprodução
Uma comitiva de ministros esteve nesta quarta-feira (10) na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Quase um ano depois de o governo federal decretar emergência no território, um levantamento do g1 encontrou indígenas desnutridos e garimpeiros de volta.
Nas imagens da Associação Indígena Urihi, crianças desnutridas são levadas para atendimento médico. Os vídeos obtidos com exclusividade pelo g1 mostram uma criança de 4 anos sendo avaliada. Ela tem menos de 7 kg, peso mínimo para um bebê de 5 meses, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Há quase um ano, em 20 de janeiro de 2023, o governo decretou emergência de saúde pública no território diante da desnutrição grave e dos casos de malária que atingiam adultos e crianças.
Os problemas de saúde dentro da maior reserva indígena do país permanecem, e têm relação direta ao garimpo ilegal, que retornou nos últimos meses. A extração ilegal de minério prejudica o modo de vida dos indígenas, destrói o meio ambiente e contamina a água dos rios com o uso de mercúrio. O que coincide com a piora da saúde dos indígenas.
De janeiro a novembro de 2023, 308 mortes de indígenas foram registradas na Terra Yanomami. A maioria de crianças de até 4 anos de idade. De acordo com o Ministério da Saúde, uma das principais causas são doenças relacionadas à desnutrição.
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Na terça-feira (9), o governo anunciou que a presença das Forças Armadas e Polícia Federal vai ser permanente na Terra Indígena Yanomami e que nos próximos 30 dias quer construir novos postos de segurança na terra indígena. E, ao longo do ano, novas unidades de saúde.
Nesta quarta-feira (10), uma comitiva do governo federal desembarcou em Roraima. Os ministros Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, Marina Silva, do Meio Ambiente, e a presidente da Funai, Joênia Wapichana, passaram o dia dentro do território yanomami ouvindo as demandas das lideranças dos povos originários.
O governo também pretende concentrar representantes de vários ministérios, da Agência Brasileira de Inteligência e da Polícia Federal em uma unidade em Boa Vista chamada “Casa de Governo”, para gerenciar a crise presencialmente.
“Emergencial e, agora, as ações estruturantes. É isso o que a gente vai fazer”, afirma Marina Silva, ministra do Meio Ambiente.
Segundo o governo, toda a operação vai custar R$ 1,2 bilhão.
“Nós teremos para 2024, o acréscimo de três bases permanentes dentro da terra indígena. Essas bases vão permitir um acesso, um deslocamento, a eventuais pontos de garimpo com muito mais velocidade, muito mais dinamismo, facilitando o trabalho de prevenção e repressão criminosa”, afirma Ronaldo Guilherme Campos, delegado da Polícia Federal.
O Ministério da Saúde declarou que desde janeiro de 2023 reabriu sete unidades básicas de saúde na Terra Yanomami e mobilizou quase mil profissionais; e que, diante de um quadro grave de desnutrição dos indígenas, reduziu o número de óbitos.
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