Dólar recua com exterior e de olho em arcabouço e Petrobras

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O dólar opera em baixa ante o real nesta segunda-feira, 15, com um apetite moderado por ativos de risco no exterior. Os mercados locais estão na expectativas pela apresentação do relatório do arcabouço fiscal aos líderes na Câmara e provável anúncio de corte de preços de combustíveis pela Petrobras.

A moeda norte-americana testou mínima a R$ 4,9021 (-0,43%) no mercado à vista há pouco, se ajustando à ampliação da baixa do índice DXY do dólar ante pares rivais, que renovou mínima intradia, após o tombo do índice de atividade industrial Empire State a -31,8 em maio, bem pior que a previsão dos analistas (-3,5), observou o diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik. “O indicador apoia temores sobre a economia americana e a possibilidade já majoritária de manutenção de juros pelo Fed em junho”, disse.

Há um apetite leve por risco no exterior também pela possibilidade do acordo do teto da dívida americana, sinalizado pela secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, acrescentou Rugik. Segundo ele, a apresentação do relatório do arcabouço aos líderes na Câmara é uma boa notícia, mas é necessário observar na prática se a proposta irá tramitar rapidamente, como espera o governo.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que haverá hoje reunião de líderes da base com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a proposta fiscal. Lira também declarou acreditar na instalação das CPIs da Câmara para esta quarta-feira e avisou: “Não teremos voto para a reforma tributária sem tratamento individualizado para setores que geram emprego”.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, disse que o governo está otimista que a Câmara vote o arcabouço nas próximas semanas.

No boletim Focus, a mediana da projeção do IPCA para 2023 passou de 6,02% para 6,03%, e para 2024 passou de 4,16% para 4,15%. As medianas para Selic em 2023, 2024 e 2025 foram mantidas em 12,50%, 10,00% e 9,00%, respectivamente.

No exterior, mais cedo, o presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Atlanta, Raphael Bostic, disse nesta segunda-feira que a política apropriada do Fed é esperar e verificar os efeitos dos aumentos de juros que implementou até agora. No último dia 3, o Fed elevou seus juros básicos em 25 pontos-base, mas também sinalizou uma possível pausa no ciclo de aperto monetário iniciado em março do ano passado.

Em entrevista à emissora CNBC, Bostic acrescentou, porém, que o viés do Fed seria elevar os juros “um pouco mais”, embora as taxas já estejam no nível que ele projetava, uma vez que a inflação segue alta e “não deverá cair rapidamente”. Bostic previu ainda que o Fed não deverá considerar cortes de juros até “bem adiante em 2024” e que uma eventual recessão nos EUA “não será longa ou profunda”.

Os investidores aguardam discursos do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari (10h15), da diretora do Fed, Lisa Cook (18h00). No fim da noite de hoje serão divulgadas pesquisas sobre a produção industrial e as vendas no varejo da China em abril.

Às 9h56, o dólar à vista caía 0,35%, a R$ 4,9062. O dólar junho recuava 0,38%, a R$ 4,9220.

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