Delegacia no Ceará onde 4 policiais foram mortos é a mesma em que jovem foi assassinado por outro policial em 2022

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Três escrivães e um inspetor foram assassinados por outro policial civil neste domingo. No ano passado, um militar matou um jovem de 19 anos na mesma unidade, após uma discussão em uma festa. Quatro policiais foram mortos por inspetor em delegacia de Camocim, no Ceará.
Reprodução
A delegacia de Camocim onde quatro policiais foram mortos por um inspetor, neste domingo (14), é a mesma onde um jovem de 19 anos foi assassinado por outro policial em fevereiro de 2022.
A unidade que, inclusive, mudou de endereço após a morte no ano passado. Neste domingo, um policial civil matou quatro colegas de trabalho no município que fica a cerca de 350 quilômetros de Fortaleza. A Polícia Civil identificou as vítimas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
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No ano passado, um policial militar matou um jovem, identificado como Mateus Silva Cruz, de 19 anos dentro da mesma delegacia. Os dois haviam sido levados à unidade após uma discussão. O agente George Tarick de Vasconcelos disse ter assassinado o jovem “em um momento de fúria, levado por violenta emoção”. Ele está preso e deve passar por júri popular.
Jovem foi assassinado a tiros por policial dentro de delegacia em Camocim.
Arquivo pessoal
O advogado de acusação do caso de Mateus era vizinho de uma das vítimas deste domingo — Francisco dos Santos Pereira. Após as mortes, ele compareceu à delegacia para prestar apoio aos familiares do escrivão.
“Hoje, infelizmente, venho na condição de amigo desses servidores públicos que faleceram executados dentro da delegacia de Polícia Civil de Camocim. Isso assusta demais todos nós que moramos aqui na cidade”, disse Rildo Eduardo Veras Gouveia.
“Eu vim acompanhar e dar uma ajuda a família. Nesse momento, o que a gente pode fazer é ajudar e lamentar o ocorrido”, complementou o advogado.
Município de Camocim no Ceará, localizado a cerca de 350km de distância de Fortaleza.
Editoria de Arte/g1
Francisco dos Santos Pereira deixa três filhos, conforme uma prima dele. Ao g1, ela disse que o mais novo ainda não completou um ano de idade. A mais velha tem entre 16/17 anos e o do meio tem sete. “A sensação que ficamos é de impunidade, injustiça. Foi muito cruel”, desabafou Mariana Almeida.
Francisco deixa três filhos. Prima da vítima lamenta morte e pede justiça.
Reprodução
Francisco era natural de Fortaleza, tinha cerca de 45 anos e mudou-se para Camocim quando passou para o concurso de escrivão na cidade. “Ele amava a profissão. Era uma pessoa muito honesta, justa”, disse a prima, que mora em Caucaia.
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Um capitão da Polícia Civil de Camocim disse ao g1 que o suspeito estava de folga. Depois de atirar nos colegas, ele fugiu em um carro da polícia, mas abandonou o veículo e se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade.
Não há informações sobre a motivação do crime, que está sendo investigado. Até a manhã deste domingo (14), os corpos das vítimas foram levados para Sobral pela Perícia Forense. Ainda de acordo com o capitão Cleumir, o suspeito ainda não foi ouvido e segue preso no quartel da PM.
O governador Elmano de Freitas usou as redes sociais para lamentar o caso, e a Prefeitura de Camocim decretou luto oficial de três dias.
Morte de jovem na delegacia
Em 2022, jovem foi morto por policial civil em delegacia de Camocim, após discussão em festa.
Mateus Ferreira/TVM
Mateus foi morto com cerca de dez tiros, e o policial foi preso em flagrante. Em depoimento à Polícia Civil, George Tarick disse que matou o jovem “em um momento de fúria, levado por violenta emoção”, após ele ter passado pela vítima duas vezes para ir ao banheiro quando a vítima teria “lhe encarado e o desafiado”.
Familiares da vítima, o jovem Mateus Silva Cruz, de 19 anos, afirmaram que a discussão entre os dois começou em uma festa que ocorria na Praia de Camocim. Segundo os familiares, o rapaz estava algemado e sem chances de defesa quando foi atingido pelos tiros. A nota da secretaria, emitida à época do crime, no entanto, não confirmou se a vítima estava algemada.

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