Família de grávida morta quer guarda do bebê resgatado em favela no RJ

Gestante foi morta e teve o filho tirado do útero em Paraibuna (SP). Casal suspeito do crime tinha fugido para Duque de Caxias. Eles foram localizados e presos no sábado (14). Criança está internada. Bebê roubado da barriga da mãe é resgatado pela polícia no sábado (14) e está sob cuidados médicos
Divulgação/ Polícia Civil
O tio da grávida morta, que teve o bebê arrancado do útero e roubado em Paraibuna (SP), disse neste domingo (15) que quer a guarda da criança. O recém-nascido foi encontrado com o casal de suspeitos em uma favela no Rio de Janeiro. O bebê está internado na UTI neonatal de um hospital em Duque de Caxias (RJ), onde passa por exames. A dupla está presa temporariamente.
Apesar do desejo da família, a decisão sobre o futuro do recém-nascido será da Justiça – não há prazo. O caso deve ser acompanhado por conselheiros tutelares nos próximos dias.
O tio, que preferiu não ter a identidade divulgada, contou que a família já cria dois filhos dela, de 12 e 5 anos. O pai de uma criança está preso e o da outra morreu.
A família da Leilah dos Santos, de 39 anos, é pequena e mora em São José dos Campos (SP). O tio contou que ela teve uma adolescência considerada normal e foi criada pela avó. Leilah começou a ter problemas após envolvimento com as drogas.
Ela chegou a ser internada em clínicas para recuperação de dependentes químicos mais de uma vez. Oito meses atrás, segundo o tio, ela teve uma recaída e voltou a consumir drogas.
Leilah dos Santos teve o bebê arrancado do útero
Arquivo Pessoal
Acordo
A polícia investiga se o casal preso tinha um acordo com Leilah para a compra do bebê. Um dos depoimentos colhidos até agora sinaliza que havia um trato entre a suspeita e Leilah. Em troca do bebê, o casal cuidaria dela, sustentaria o vício e na entrega da criança pagaria R$ 500.
O tio disse ainda que sabia que a sobrinha estava grávida, porque a encontrou em maio. Na ocasião, ela foi levada para a casa da família, tomou um banho e voltou para a rua. “Não conheço esse casal acusado pelo crime e nunca soube que ela esteve sob os cuidados deles”, disse.
Para o tio, Leila vivia em um abrigo da prefeitura. No entanto ela foi identificada como andarilha pela polícia.
O parente disse que vai nesta segunda-feira (16) para Paraibuna para dar entrada oficialmente no pedido de guarda do bebê. A família não sabe a identidade do pai do recém-nascido.
A suspeita foi descoberta pela polícia após tentar registrar o bebê e não conseguir comprovar a maternidade
Reprodução/TV Globo
Boletim médico
A Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias informou que o recém-nascido resgatado está na UTI do hospital municipal Drº Moacyr do Carmo sob os cuidados de uma equipe pediátrica.
O bebê tem 2,7 kg, quadro clínico estável, e passa por exames. Não há previsão de alta.
Investigação
O delegado Raian Brega Araújo esteve no Rio de Janeiro no sábado, onde ouviu os suspeitos. Ele não quis informar, por enquanto, o teor do depoimento. Os suspeitos foram trazidos para o Vale do Paraíba, onde estão presos.
O delegado conseguiu chegar à identidade do casal depois que a mulher foi ao cartório com o bebê tentar obter o registro dele. Sem a comprovação da maternidade, ela não conseguiu a certidão de nascimento.
A situação chamou a atenção dos funcionários do cartório e a polícia foi acionada.
O namorado dela também é suspeito por ter contado à amigos do casal que tinha feito o parto da mulher, supostamente para encobrir o crime. Para polícia, ele foi cúmplice no homicídio.
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