Projeto de capacitação em Juazeiro, apoiado pela Icofort,certifica 190 alunos


Ação com parceiros estratégicos contempla cultura empresarial focada nas pessoas “Hoje eu me sinto realizada. Acabou o tempo de me sentir humilhada.” Esse é o resumo do sentimento da depiladora Samara de Souza Santos, de 33 anos, que trabalhou por muitos anos como agente de limpeza de hospitais, tempo em que “era vista como se fosse o próprio lixo”. A história mudou quando a exercer a nova profissão em um curso no Centro de Formação Pedro Barreto, na Fundação Lar Feliz, em Juazeiro, na Bahia. Depois de estudar técnicas de depilação e design de sobrancelhas, ela também aprendeu a desenvolver sites e a criar conteúdo digital como formas de divulgar seu trabalho.
Samara está entre as 190 pessoas que foram certificadas pelo Centro de Formação na quarta-feira, 18 de outubro, em um evento que reuniu não apenas os concluintes dos cursos, mas também representantes do poder público e de empresas apoiadoras do projeto.
Samara, umas das alunas formadas do Centro de Formação Pedro Barreto.
Agência Place – Rocketfilms
Quem também celebrou a mudança de vida foi Mateus Alencar da Silva, de 24 anos, que não apenas fez os cursos de criação de sites e conteúdo digital como atuou como auxiliar de sala para outras turmas, onde compartilhou e aprofundou seus conhecimentos com outros alunos. Agora ele se prepara para empreender no segmento e, como reconhecimento por sua dedicação ao trabalho, ganhou o equipamento para dar os primeiros passos: um computador. “Estou muito feliz em ver o meu crescimento. Além do crescimento profissional, estar aqui me trouxe crescimento pessoal. Creio que meus pais estão bastante orgulhosos”, comemorou.
Mateus recebendo um computador, fruto de sua dedicação ao trabalho.
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190 pessoas que foram certificadas pelo Centro de Formação Pedro Barreto.
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Os cursos que mudaram as rotas de Samara e Mateus são parte de uma parceria cheia de frutos entre a Fundação Lar Feliz e a Icofort, empresa que tem sede na cidade de Juazeiro. E tudo nasceu da história da família do presidente da Icofort, Décio Alves Barreto Júnior. Foi ela que fundou a empresa, nascida na cidade de Icó, no Ceará, há seis décadas. Há 25 anos, a empresa migrou sua sede para Juazeiro da Bahia, mas também chegou com unidades produtivas na também baiana Luís Eduardo Magalhães e Nova Mutum, no Mato Grosso. A cadeia logística, no entanto, atende a todo o Brasil.
Cultura focada em pessoas
A cultura empresarial da Icofort sempre teve forte preocupação com o que o mercado chama atualmente de ESG, estratégias que garantem um posicionamento positivo em relação às questões sociais, ambientais e de governança. Foi nesta cultura que se encaixou com perfeição a parceria com a Fundação Lar Feliz, que começou em 2019 com a construção do Centro de Capacitação Pedro Barreto. A obra permitiu o nascimento dos cursos profissionalizantes, que atraíram o apoio de outras empresas.
Os cursos realizados em 2023, por exemplo, são resultado de um edital em parceria com o Instituto Localiza. Assim, a Icofort atua não apenas financiando a iniciativa, mas também catalisando novos apoios. “A gente continua junto com o Lar Feliz, fazendo um planejamento estratégico para crescer, para avançar mais ainda”, antecipa Décio. Além das parcerias com empresas, qualquer pessoa pode ajudar a manter as atividades funcionando, com doações e trabalho voluntário. Isso pode ampliar ainda mais o impacto da ação.
Décio Alves Barreto Júnior, presidente da Icofort.
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Para o diretor de pessoas da Icofort, Osvaldo de Souza, os resultados observados no projeto com a Fundação Lar Feliz são um sinal do compromisso da empresa, que tem cerca de 450 empregados, não apenas com as pessoas do time, mas com as que moram na região. “Trouxemos autoridades, parceiros e parte do nosso time para o evento de certificação para que todos possam conhecer este lado da organização”, diz.
Resultados concretos
Participante do primeiro curso promovido no Centro de Capacitação Pedro Barreto, Antônio Vinícius, de 19 anos, se apresenta como um exemplo do sucesso do projeto. Ele chegou na Fundação Lar Feliz com apenas 5 anos, na educação infantil, e ficou até o quarto ano, passando depois pelo projeto da orquestra e depois voltando para os cursos profissionalizantes.
Vinícius fez o curso de conteúdo digital, se apaixonou pelo universo da tecnologia da informação, aproveitou a chance de uma vaga como jovem aprendiz na Revalle, que também é parceira do projeto, e depois foi aprovado em um processo seletivo para se incorporar à equipe de TI da empresa. Agora, ele está iniciando o curso superior de TI. “Tudo que fala sobre a minha carreira profissional sempre vai estar entrelaçado com a Fundação Lar Feliz porque foi a instituição que mais me deu oportunidades”, agradece.
É de histórias assim que se nutre o trabalho da diretora da Fundação Lar Feliz, Maria da Ressurreição, conhecida entre na comunidade como Ressu. Há 25 anos ela está voluntariamente à frente da instituição, que atende mais de 500 crianças. “Nosso planejamento desde o início primeiro cuidar das crianças: construiríamos todo o espaço físico voltado a este atendimento e depois nós iríamos buscar recursos para construir um centro de capacitação. Quando encontramos com Décio, que se prontificou a construir esse espaço pra gente, ganhamos essa obra prima que serve a Juazeiro toda”, conta
Dona Ressu, diretora da Fundação Lar Feliz.
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Reconhecimento
O trabalho é reconhecido pelo poder público. Presente no evento representando a prefeita da cidade, Suzana Ramos, o secretário de Desenvolvimento Social de Juazeiro, Fernando Costa, destacou a necessidade de iniciativas como a da Fundação Lar Feliz. “É muito bonito ver que não apenas o poder público, mas a sociedade civil e as empresas estão também empenhadas para tirar essas pessoas da vulnerabilidade em que vivem”, disse.
Geração de oportunidades
O evento de certificação dos 190 participantes dos cursos profissionalizantes contou também com a presença do fundador do Instituto Grito e gerente nacional do Programa Gerando Falcões, Léo Martins. A iniciativa tem presença em 6 mil favelas de todo o Brasil e já preparou mais 2 mil líderes sociais dentro dessas comunidades. Léo compartilhou parte de sua história de menino criado em ocupação, com poucas perspectivas, mas que venceu a pobreza e as violências da infância vivida em Ribeirão das Neves, Minas Gerais.
Léo Martins, fundador do Instituto Grito e gerente nacional do Programa Gerando Falcões.
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Ele aproveitou as oportunidades que teve para estudar e mudar de vida e agora trabalha para fazer o mesmo com outros jovens, abrindo o projeto social em 2018, que trabalha com cultura, esporte, qualificação profissional e sócio emocional. “Essas áreas de vulnerabilidade social têm muito talento também, mas precisa oferecer oportunidade. Por isso minha fala também é para as empresas, que precisam investir nestes projetos se quiserem ver um mundo melhor”, destaca.

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