Dois jogadores confessam que manipularam jogos da Série A

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Em depoimento por vídeo ao Ministério Público de Goiás, 2 jogadores confessaram terem participado dos esquemas de manipulação de resultados de jogos para favorecer apostadores em partidas da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022. Trechos do depoimento foram obtidos pelo portal UOL.

O lateral Moraes, que pertence ao Atlético-GO e estava no Juventude em 2022, relatou que recebeu R$ 25.000 para levar 2 cartões amarelos, em partidas contra o Palmeiras e o Goiás no Campeonato Brasileiro.

Já o zagueiro Kevin Lomónaco, jogador do Red Bull Bragantino, disse que recebeu R$ 70.000 para levar um cartão amarelo em um jogo contra o América-MG. Recebeu só R$ 30.000 do combinado.

“Eu sabia que era errado. Eu fiquei muito arrependido, mas foi um momento que realmente estava precisando, eu e minha esposa”, disse Moraes aos promotores. “Eu estava precisando da grana e acabei topando fazer.”

O argentino Lomónaco teve o celular apreendido e, por meio dele, a investigação descobriu conversas sobre o crime. “Eu fiz o amarelo somente porque achei que não era algo que prejudicava a equipe”, disse o zagueiro.

Os 2 fazem parte do grupo de jogadores que fizeram acordo com o Ministério Público para revelarem seus envolvimentos no esquema de manipulação de apostas esportivas. Os outros 2 são:

Jarro Pedroso, do Inter de Santa Maria;
Nikolas Farias, do Novo Hamburgo-RS.

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Esquema de manipulação 

Segundo as investigações, os esquemas de manipulação de resultados de jogos de futebol para favorecer apostadores funcionavam da seguinte forma:

A operação Penalidade Máxima foi iniciada em novembro de 2022 a partir do relato de Hugo Jorge Bravo. O Vila Nova Futebol Clube, sediado em Goiânia (GO), identificou a manipulação de 3 partidas da Série B do Campeonato Brasileiro para atender a interesses de apostadores.

A 1ª fase da investigação foi deflagrada em 14 de fevereiro, quando foram cumpridos mandados de busca, apreensão e uma prisão temporária em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro.

Já a 2ª fase identificou a influência do grupo criminoso em 8 partidas da Série A do Campeonato Brasileiro. Nos 16 jogos investigados, a operação identificou ao menos 23 fatos criminosos ocorridos. Dos 16 réus, 7 são jogadores de futebol e 9 são apostadores ligados ao grupo criminoso.

Jogadores denunciados

Leia na lista abaixo os 15 jogadores denunciados e seus respectivos clubes, com os réus em negrito e a situação contratual entre parênteses:

Allan Godói – Operário-PR (segue atuando)
André Luiz – ex-Ituano (contrato rescindido)
Eduardo Bauermann – Santos (afastado)
Fernando Neto – São Bernardo (afastado)
Gabriel Domingos – Vila Nova (contrato rescindido)
Gabriel Tota – Ypiranga-RS (segue atuando)
Igor Cariús – Sport (segue atuando)
Joseph – ex-Tombense (contrato rescindido)
Mateusinho – ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá
Matheus Gomes – sem clube (não atua desde abril)
Paulo Miranda – ex-Náutico (contrato rescindido)
Paulo Sérgio – ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário (segue atuando)
Romário – ex-Vila Nova (contrato rescindido)
Victor Ramos – Chapecoense (segue atuando)
Ygor Catatau – ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã (segue atuando)

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