‘Se esse bar falasse’: bar do Betão faz sucesso em Uberlândia e tem rã empanada como um dos pratos mais famosos

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O g1 conversou com o Betão, que contou como o bar começou, algumas histórias registradas em mais de 30 anos no local e receitas. Esta é a segunda reportagem da série ‘Se esse bar falasse’. Betão mostra quadro na entrada do bar, com fotos antigas da clientela e relembra as histórias vividas ali
Juliana Kopp/g1
O Bar do Betão foi inaugurado no ano de 1991, no Centro de Uberlândia. Desde então, o movimento é grande. As histórias também são inúmeras.
O g1 conversou com o Betão, dono do bar que leva seu nome. Na verdade, o apelido, já que seu nome no registro é José Gilberto. Esta é a segunda reportagem da série “Se esse bar falasse”, que traz curiosidades de cinco estabelecimentos tradicionais na cidade. Leia também a primeira matéria, sobre o bar da Dona Antônia.
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Fachada do Bar do Betão, no Centro de Uberlândia
Betão/Arquivo pessoal
A história
Betão tem 61 anos, nasceu e cresceu em Uberlândia. A experiência por trás dos balcões começou cedo. Aos 9, ajudava a mãe como podia, em uma cantina da escola em que ela trabalhava. “Eu ajudei minha mãe de 70 até 91, quando eu abri aqui. Mas parece que foi ontem”, relembra.
Mais tarde, conheceu também a rotina dos bares trabalhando no estabelecimento montado pelo pai: o Bar do Cowboy, que ficava em frente à antiga rodoviária da cidade. Segundo Betão, foi depois de lá que tudo começou.
Fachada do antigo Bar do Cowboy, do pai de Betão
Betão/Arquivo pessoal
Apesar da paixão pelas cervejas geladas, não foi só esse amor que o ajudou a inaugurar o bar, em 1991. A esposa Maria Célia não só acompanhou de perto esta trajetória, como é parte importante nela. Segundo Betão, as ideias são dele, mas sempre foi ela quem “colocou a mão na massa”, revela.
Na primeira foto, Maria Célia e Betão em 1991, ano de inauguração no bar. Na entrevista, recriamos a foto original
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Depois, foram chegando os filhos. Três, que cresceram em meio às histórias do bar, assim como outras famílias dos clientes, que foram se formando ao longo destes quase 32 anos desde a inauguração.
“Aqui no bar, a gente mais junta do que separa gente. Quem namorou aqui no começo, já tá na terceira geração”, comenta.
Fora as famílias, ele contou que recebia muitos itinerantes, que se hospedavam nos hotéis do Centro, nos arredores do bar e desciam até lá para jantar. Mas Betão percebeu que o público mais presente ali era mesmo o universitário.
“Daí eu comecei a fazer 50% de desconto pro universitário, na conta. Até inventei um lema: ‘era o único lugar que o universitário podia vir matar aula e ganhava presença, porque o Bar do Betão é cultura, lazer e diversão’, brinca.
Divulgação do ‘Sábado universitário’, na parede do bar do Betão, em Uberlândia
Betão/Arquivo pessoal
Betão e Maria Célia contaram que, por 28 anos, o bar só abria à noite. No entanto, com a pandemia de Covid-19, a saída que encontraram para reduzir os prejuízos da pausa nas atividades foi vendendo marmitex no almoço. Desde então, o bar passou a abrir não só para o jantar, mas durante todo o dia.
‘Aqui, até arroz com arroz fica bom’
Hoje, já são muitas as páginas do cardápio. No entanto, Betão contou que o bar começou apenas com cervejas, refrigerantes, caldos e espetinhos. “Não tinha suco, não tinha água mineral, não tinha porção, era só espetinho na farinha. Mas tudo o que o freguês pedia, a gente ia aprimorando. Alguém dizia ‘ah, não tem porção!’, aí eu tirava a carne do espetinho e fazia acebolada”, conta.
O mexidão, um dos carros-chefe da casa, surgiu da mesma forma, como pedido de um cliente. “Falaram ‘por que vc não faz’? Aí eu fui num bar e restaurante que fazia, falei ‘vou ver que que é isso’ e trouxemos pra cá. Fizemos o de linguiça primeiro”, disse. Atualmente, são 7 tipos diferentes e o mais vendido, segundo o dono, é o de carne de panela.
Outra receita do bar ficou famosa na cidade. Isso porque, para alguns, o ingrediente principal não é muito comum. O prato, composto pela rã empanada, já concorreu ao prêmio Comida di Buteco com o nome Perereca da Vizinha.
“A rã surgiu porque eu sempre quis fazer um prato diferente. Aí eu descobri que em Uberlândia tinha um ranário muito bom, na Universidade Federal. Aí eu encomendo e sempre vou lá buscar. É o prato mais famoso que eu tenho”, explica.
“Quem gosta bastante são as crianças. Parece que elas não olham com esse preconceito”, disse Betão sobre o famoso prato
Kleyton Guilherme/TV Integração
Futuro
Segundo o dono, o bar deve passar por algumas reformas na estrutura nos próximos meses. A única exigência dele é que o local mantenha o “estilo clássico”, para não perder a essência conquistada há mais de 30 anos no lugar que, como diz em um dos bordões do dia a dia, “é tão bão que até o dono é freguês”.
Esquina do Bar do Betão, no Centro de Uberlândia
Juliana Kopp/g1
*Estagiária sob supervisão de Bruno Sousa.
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