
Mostra ‘O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud’ traz imagens históricas de um dos primeiros bairros da comunidade judaica da cidade e de visitantes e moradores ilustres. Exposição resgata contribuição da comunidade judaica na história do Rio
Fica em cartaz até sexta-feira (30) a exposição “O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud”, que exibe imagens inéditas da contribuição da comunidade judaica para a história da cidade.
As peças da mostra no saguão da Câmara Municipal do Rio pertencem ao acervo de Samuel Malamud, judeu ucraniano que se estabeleceu no Brasil e se tornou o primeiro cônsul de Israel no país.
Mostra na Câmara traz uma das últimas imagens da Praça Onze antes da demolição
Arquivo Geral do Rio/Exposição ‘O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud’
Estão em exibição, por exemplo, imagens raras da antiga Praça Onze, demolida em 1941 para a abertura da Avenida Presidente Vargas. Entre elas, a última foto conhecida da praça antes de sua demolição.
O local, conhecido como berço do samba, também foi um espaço de convivência multicultural, abrigando judeus, árabes, negros e imigrantes de diversas partes do mundo.
“Essa foi a primeira escola pública municipal em prédio próprio, frequentada por uma população extremamente diversa. Talvez tenha sido o bairro mais cosmopolita do Brasil naquela época”, destacou Elizeu Santiago, presidente do Arquivo Geral do Rio.
Líder comunitário e intelectual, Malamud foi responsável por preservar parte significativa da memória judaica no Rio. Sua filha, Ilana Malamud, celebrou a realização da mostra.
“É a concretização do sonho que ele teve. Falar da história dos judeus na Praça Onze é falar da história do Brasil, uma parte que muitos desconhecem.”
A exposição também relembra a intensa vida comunitária da região, que abrigava alfaiatarias, o restaurante israelita e a maior concentração judaica da história da cidade. As fotos fazem parte do acervo do Arquivo Geral da Cidade.
O vereador Flávio Valle, responsável por trazer a mostra à Câmara, destacou a importância do evento: “Democratizar o acesso à cultura e à informação é essencial. Esses registros ajudam a relembrar a contribuição da comunidade judaica na construção do Rio de Janeiro.”
Einstein na Fiocruz
Visita de Albert Einstein à Fiocruz
Reprodução/Exposição ‘O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud’
A mostra ainda apresenta curiosidades históricas, como uma foto de Albert Einstein na Fiocruz, em 1928, e uma carta enviada pelo físico a Samuel Malamud.
Também está exposta uma imagem de Malamud ao lado do escritor austríaco Stefan Zweig, autor do célebre livro Brasil, País do Futuro.
“Ambos defendiam a convivência pacífica entre palestinos e israelenses. Em tempos de polarização, é fundamental resgatar o legado de figuras como Einstein e Malamud”, concluiu Elizeu.
Serviço
Exposição ‘O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud’
Aberta ao público até o dia 30 de maio, das 10h às 17h
Saguão do Palácio Pedro Ernesto – Praça Floriano – Centro
Foto mostra Stefan Zweig (de bigode) com Samuel Malamud no Rio
Reprodução/Exposição ‘O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud’
Samuel Malamud
Reprodução/Exposição ‘O Rio Judaico: a cidade pelo olhar de Samuel Malamud’