‘Prazer momentâneo com efeitos devastadores’: veja relato de homem que se viciou em opioides ao pegar remédio da mãe

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Em clínica de reabilitação, dependente químico diz que já usou mais de 30 substâncias e que o vício começou após pegar remédio da mãe, que tinha receita. Profissão Repórter vai até Itapecerica da Serra (SP) visitar clínica focada em dependentes de opioides
O Profissão Repórter desta terça-feira (24) exibiu histórias de pessoas que lutam contra o vírus em opioides. De acordo com estudo da Fiocruz, a dependência nesse tipo de substância no Brasil é três vezes maior do que a do crack e cerca de 4,4 milhões de brasileiros já usaram algum tipo de medicamento dessa classe sem indicação médica.
Em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, um usuário de opioides aceitou falar com a equipe de reportagem na clínica de reabilitação onde ele se trata. O homem, que não quis se identificar, contou que é farmacodependente e que já usou mais de 30 substâncias ao longo da vida, como morfina, codeína e oxicodona.
O primeiro remédio, no entanto, foi obtido dentro da própria casa e era da sua mãe.
“Dentro da minha própria casa eu encontrei a substância da codeína porque a minha mãe tinha feito um procedimento médico, eu mexi nos remédios dela e encontrei o medicamento. Daí eu comecei a usar. Após isso, eu comecei a procurar fontes na internet e até mesmo fraudar receituários para comprar codeína, primeiramente. Depois eu fui para oxicodona até chegar na morfina”, conta.
Os analgésicos opioides vêm sendo fabricados pela indústria farmacêutica há mais de 200 anos. E, ainda hoje, são os medicamentos mais poderosos contra a dor. Como o risco de dependência é alto, o controle de venda precisa ser rígido e uma prescrição médica é exigida para a venda.
Segundo a Fiocruz, erca de 4,4 milhões de brasileiros já usaram algum tipo de medicamento opioide sem indicação médica
TV Globo/Reprodução
O entrevistado conta que em questão de um mês após o primeiro consumo de codeína ele passou a multiplicar as dosagens. Atualmente, ele é dependente químico de opioides há quatro anos.
“É um prazer momentâneo, muito intenso de analgesia, porém a consequência dele é devastadora”, resume.
Qual a potência de cada um desses opioides?
Morfina: descoberta a partir do ópio, que é a seiva da papoula, a morfina é o mais antigo opioide para tratar dor intensa. É também usada como padrão para medir a potência de outros medicamentos da mesma classe.
Codeína: opioide mais vendido no Brasil, indicado para dor moderada, é mais fracO que a morfina.
Oxicodona: também é vendida no Brasil, é 1,5 vez mais potente que a morfina. Foi esse medicamento que provocou o início a primeira onda de mortes por opioides nos EUA em 1999. Usuários de oxicodona migraram para a heroína – droga ilegal, 50 vezes mais forte que a morfina.
Fentanil: o opioide mais potente que existe. É 100 vezes mais forte que a morfina. Uma pequena quantidade é o suficiente para que o medicamento leve uma pessoa a morte.
O fentanil é o medicamento da classe dos opioides mais forte que existe.
Reprodução/Profissão Repórter
O mais potente, o fentanil, apareceu em apreensões no Brasil este ano. A polícia acredita que está sendo usado para potencializar a cocaína e outras drogas.
A dependência de medicamentos opioides acontece de forma rápida e, muitas vezes, de forma imperceptível.
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Epidemia de opioides nos EUA
Os Estados Unidos vivem o pico da epidemia de mortes por opioides de toda sua história.
Estados Unidos sofrem com uma epidemia de fentanil.
Reprodução/Profissão Repórter
Só esse ano, mais de 100 mil pessoas morreram por overdose no país, segundo o departamento de saúde norte-americano. O mais preocupante: 60% dessas mortes foram causadas pela mesma droga, o fentanil.
Na cidade de Nova Iorque, a situação é ainda pior: de todas as mortes por overdose, 80% estão relacionadas ao fentanil.
Estados Unidos vive epidemia e fentanil; entenda
Para mostrar a situação por lá, a repórter Mayara Teixeira e o repórter cinematográfico Alex Carvalho foram ao Bronx, bairro com a maior taxa de mortalidade por overdose em Nova Iorque, para conversar com usuários e organizações que oferecem programas de redução de danos. (Veja no vídeo acima)
Veja a íntegra do programa no vídeo abaixo:
Edição de 24/10/2023
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