Após Justiça Federal negar recurso, madeireiro acusado de matar o líder indígena Paulino Guajajara vai a júri popular

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Recurso foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), na tarde desta terça-feira (24), em Brasília. Paulo Paulino “Lobo Mau” Guajajara morreu no local
Sarah Shenker/Survival International
O madeireiro Raimundo Nonato Ferreira, um dos acusados do assassinato do líder indígena Paulino Guajajara, de Márcio Gleik Moreira Pereira e da tentativa de homicídio contra o indígena Laércio Sousa Silva, vai a júri popular após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) negar, por unanimidade, o recurso da defesa, na tarde desta terça-feira (24), em Brasília.
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A Justiça Federal ainda não definiu quando será o julgamento. Raimundo Nonato vai responder por homicídio qualificado por motivo fútil e eventual emboscada contra Paulino Guajajara e o indígena Márcio Gleik Moreira, agravado pela ofensa à comunidade indígena, além da tentativa de homicídio por suposto motivo fútil e emboscada contra o indígena Laércio Sousa Silva.
Além de Raimundo, Antonio Wesly Nascimento Coelho também é acusado pelos mesmos crimes.
O caso
O crime aconteceu em 1º de novembro de 2019, na Terra Indígena Araribóia, próximo ao município de Bom Jesus das Selvas. A região é marcada por constantes conflitos entre indígenas e não indígenas, em sua maioria, em razão de exploração ilegal madeireira.
‘Enquanto estivermos vivos, vamos lutar’, disse Laércio
O caso foi inicialmente investigado pela Polícia Federal (PF), e a denúncia foi formalizada pelo Ministério Público Federal (MPF). Para o MPF, os crimes contra a vida foram agravados por terem atingido a comunidade indígena, uma vez que foram cometidos contra aqueles que lá estavam para proteger a terra e cultura indígenas.
Além disso, foram cometidos também por motivo fútil, com a finalidade de reaver uma motocicleta, e por motivo que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista o elemento surpresa destacado no contexto em que foram efetuados os disparos de arma de fogo.
No entendimento do MPF, as condutas criminosas amedrontaram toda a comunidade indígena, uma vez que as vítimas, Paulino Guajajara e Laércio Guajajara, eram conhecidas como integrantes do grupo denominado “guardiões da floresta”.
Os crimes contra eles foram realizados por exercerem o papel de protetores da comunidade, uma vez que ocupavam, na época, proeminente papel de liderança. Ficou evidenciado, assim, o interesse federal inerente aos crimes, já que foi atingido o território e o modo de vida dos indígenas da Reserva Araribóia.
Quem são os ‘Guardiões da Floresta’, o grupo de índios protetores da Amazônia no Maranhão

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