Empresários articulam implantação de Inteligência Artificial em câmeras de rua de Florianópolis

Com reclamações que envolvem conflitos com pessoas em situação de rua, perturbação do silêncio e uso de vagas indevidas como estacionamento cada vez mais frequentes, a integração da Inteligência Artificial às câmeras de monitoramento instaladas no Centro da cidade pode contribuir na identificação de casos. O projeto é uma iniciativa da CDL Florianópolis (Câmara de Dirigentes Lojistas) e já foi apresentado às forças de segurança, incluindo a Guarda Municipal de Florianópolis e a Polícia Militar de Santa Catarina.

Secretária de Segurança e Ordem Pública, Maryanne Mattos, considera o uso de Inteligência Artificial fundamental

Secretária de Segurança e Ordem Pública, Maryanne Mattos, considera o uso de Inteligência Artificial fundamental – Foto: Léo Russo/Divulgação

O propósito é reconhecer de forma ágil os conflitos e possíveis crimes, como roubos e furtos, direcionando guardas para o atendimento. Atualmente, são mais de 600 câmeras espalhadas pela cidade e 20 desses mecanismos de videomonitoramento estão no Centro. As imagens são enviadas para uma central que supervisiona os locais, e esse sistema é utilizado para mapear ocorrências e até mesmo situações de trânsito.

O próximo passo é atualizar a tecnologia. “Para a gestão pública, vejo como fundamental o uso da inteligência, porque não preciso ter um efetivo grande na central de monitoramento, sendo que a própria Inteligência Artificial vai me gerar o alerta e direcionar o agente”, conta a secretária de Segurança e Ordem Pública e vice-prefeita, Maryanne Mattos.

Mapeamento com uso de Inteligência Artificial

Com a opção de configurar os comandos da Inteligência Artificial, como, por exemplo, uma pessoa pulando o muro, alguém furtando os hidrômetros – caso recente na cidade -, o intuito é mapear os principais chamados no Centro, compreendendo os perigos e como o sistema pode ser benéfico para moradores e lojistas, valorizando o espaço e melhorando a ocupação do comércio no local.

Segundo o presidente da CDL Florianópolis, Eduardo Koerich, a entidade ficaria responsável por uma contrapartida. “Estamos fazendo uma parceria com a Guarda Municipal. A proposta é que nós forneçamos a tecnologia de Inteligência Artificial, mas todo o controle será da guarda. Já existe uma central de comando, e eles conseguirão ser mais assertivos na identificação dos possíveis delitos com essas câmeras com Inteligência Artificial”, explica.

Eduardo Koerich

Presidente da CDL da Capital, Eduardo Koerich, também pretende integrar a Polícia Militar na parceria – Foto: Germano Rorato/ND

Identificação de foragidos por Inteligência Artificial

Além da Guarda Municipal, o plano da CDL também deseja integrar a ação aos dados da Polícia Militar. “A proposta é que forneçam as imagens de pessoas foragidas para que a Inteligência Artificial consiga identificá-las por meio de reconhecimento facial, mas isso ainda está em andamento”, explica o presidente da entidade, Eduardo Koerich. A ideia conta com uma frente para atender a ordem pública, que deve receber diciclos para fazer a ronda pelas ruas.

Atualmente, mesmo sem o uso da Inteligência Artificial, a central da Guarda Municipal utiliza o videomonitoramento para acompanhar o que acontece na cidade, utilizando as imagens para identificar irregularidades e delitos. “Começamos a monitorar e conseguimos ter as imagens da região para ver o horário e como estão fazendo. Essa informação nos deu subsídios para montar uma operação para poder conter aquele tipo de crime”, pontua a secretária de Segurança e Ordem Pública e vice-prefeita, Maryanne Mattos.

Vinte mecanismos de videomonitoramento estão no Centro – Foto: Matheus Vargas/Divulgação/ND

Revitalização do Centro para torná-lo espaço que vai além das compras

Juntamente com a proposta que amplia e torna as forças de segurança mais assertivas, a entidade propõe ainda um projeto que tem como pilares, além da segurança, limpeza, entretenimento e ambiência. Com a participação de comerciantes, lojistas e o Poder Público, o objetivo é fazer do local uma opção de lazer, incentivando o hábito de enxergar o Centro como um espaço para além das compras.

Inspirada em outras iniciativas conhecidas, como o Passeio Pedra Branca, em Palhoça, e o Jurerê Open, a ação projeta oferecer opções culturais e até mesmo um mix variado de compras. “Criar essa relação de pertencimento, para que as pessoas comecem a cuidar um pouco mais da cidade. Nós que vivemos aqui e recebemos turistas, pessoas de fora, temos que cuidar do que é nosso”, ressalta Koerich.

O primeiro passo da revitalização foi a implementação de carros elétricos para a coleta de lixo. O planejamento de modernização engloba o Centro Leste, a rua Vidal Ramos e o calçadão da rua Tenente Silveira ao Mercado Público, e da Praça XV à rua Sete de Setembro — são 516 espaços em funcionamento na área, contabilizando apenas aqueles que estão de frente para a rua, conforme a CDL.

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