Enfermeira diz que emprestou senha para excluir “vacinação” de Bolsonaro

enfermeira-diz-que-emprestou-senha-para-excluir-“vacinacao”-de-bolsonaro

A chefe da central de vacinação de Duque de Caxias (RJ), Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, disse ter emprestado sua senha para o secretário de governo do município, João Brecha, apagar os registros de vacinação de Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante depoimento à Polícia Federal. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo neste sábado (13.mai.2023).

No depoimento, a funcionária pública falou que não recebeu informações sobre quais registros seriam excluídos sob a justificativa de não “envolvê-la em problemas, uma vez que se tratavam de pessoas relevantes e conhecidas”.

Cláudia disse não ter visto “qualquer má fé” no pedido. Segundo ela, a ajuda foi fornecida depois de solicitação de sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano.

A funcionária declarou à PF que os 2 trocaram mensagens via WhatsApp.

Formulário de cadastro

OPERAÇÃO VENIRE

A operação Venire da Polícia Federal esteve na residência de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, em 3 de maio e apreendeu o celular do ex-presidente.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, também foi preso e levado à sede da PF. Outras 14 pessoas foram alvo da operação, incluindo assessores e seguranças do ex-presidente, no Rio de Janeiro e na capital federal. Ao todo, 6 pessoas foram presas.

Em nota (íntegra – 174 KB), a corporação informou que as alterações nos cartões foram feitas de novembro de 2021 a dezembro de 2022 e tiveram como consequência a “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”.

O QUE DIZ BOLSONARO

Ao sair de sua casa em Brasília depois da operação em 3 de maio, o ex-presidente voltou a negar que tenha se vacinado contra a covid. Ele disse nunca ter sido exigido de apresentar um comprovante de imunização em viagens ao exterior, incluindo na ida aos Estados Unidos.

Para a viagem, ele solicitou visto diplomático, dado em caráter especial a chefes de Estado e autoridades, e chegou aos EUA antes de deixar a Presidência, em 30 de dezembro.

“Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Não existe. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso. Havia gente que me pressionava para tomar a vacina. Sim, natural. Decidi não tomar porque li a ‘bula’ da Pfizer”, disse Bolsonaro.

O ex-presidente afirmou que sua filha, Laura Bolsonaro, também não se vacinou contra a doença. Segundo ele, só a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tomou o imunizante da Janssen nos Estados Unidos.

“Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha. Depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante a isso”, disse.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.