Uma testemunha é ouvida no segundo dia de audiência no processo que investiga grupo de extermínio na Polícia Civil

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Até o dia 19 de maio a Justiça deve ouvir 67 testemunhas do caso. Dois delegados e cinco agentes são acusados por série de mortes registradas na região sul de Palmas. Fachada do prédio do Fórum de Palmas
Divulgação/ TJTO
As audiência de instrução para ouvir testemunhas em processo que investiga um grupo de extermínio dentro da Polícia Civil entraram no segundo dia. Nesta quarta-feira (10) apenas uma testemunha foi ouvida no Fórum de Palmas.
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Conforme o cronograma das audiências, a previsão era que quatro pessoas fossem ouvidas na terça-feira (9), primeiro dia, mas só houve tempo suficiente para ouvir três. O último depoimento foi transferido para esta quarta-feira. A audiência começou às 8h e só terminou às 18h. Os trabalhos serão retomados nesta quinta-feira (11).
Ao todo, são 11 testemunhas de acusação e 56 testemunhas de defesa. Os dois delegados, Ênio Walcacer e Amaury Santos, e cinco agentes da Polícia Civil, acusados de integrarem o grupo de extermínio e cometerem homicídios na capital para promover uma espécie de ‘limpeza social’, também devem ser ouvidos na fase de instrução. Todos os acusados estão presos desde agosto do ano passado.
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), até esta quinta-feira (11) a previsão era que fossem ouvidas as testemunhas listadas pelo Ministério Público do Estado (MPE). Na fase de instrução do processo, são colhidas as provas das partes e os depoimentos de todas as testemunhas.
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Investigação
Segundo a investigação da Polícia Federal, o suposto grupo agia dentro da Divisão Especializada de Repressão à Narcóticos de Palmas (Denarc) e usava os carros da própria unidade para cometer os assassinatos.
O grupo seria responsável por várias mortes que aconteceram em Palmas entre 2019 e 2020. Entre as execuções supostamente atribuídas ao grupo de extermínio, a denúncia cita as mortes de Geovane Silva Costa e Pedro Henrique Santos de Souza, que ocorreram em março de 2020 no Setor União Sul, em Palmas.
Na primeira fase, federais cumpriram mandados na sede da Denarc
PF/Divulgação
Para os promotores, os assassinatos teriam sido cometidos por motivo torpe e “na intenção dos agentes de promover uma ‘limpeza social’ em Palmas”, já que as vítimas eram pessoas com antecedentes criminais.
Outras três mortes que ocorreram no mesmo dia das anteriores, só que no Setor Aureny I, também são associadas aos denunciados. As vítimas são José Salviano Filho Rodrigues, Karita Ribeiro Viana e Swiany Crys Moreno dos Santos, que morreram nas mesmas condições.
Segundo apurado, os agentes três agentes seriam responsáveis por cometer os assassinatos. Callebe acompanhava em tempo real a localização e deslocamento das vítimas e os delegados seriam responsáveis por coordenar as ações, ‘instigando e incentivando os executores’.
A denúncia também cita que o delegado Amaury e os agentes Antônio Mendes, Giomari e Callebe também teriam atrapalhado a apuração de crimes que supostamente envolviam a organização criminosa quando descobriram que estavam sendo investigados, entre março e maio deste ano.
Mandados foram cumpridos na sede da Delegacia de Narcóticos
Reprodução
Defesas
A defesa do delegado Ênio Walcacer informou na terça-feira (9) que a audiência vai ser para comprovar a inocência dele. A defesa do delegado Amaury Santos disse que estranha o fato de que Amaury ainda esteja preso, já que não haveria razões para isso. A defesa ressaltou ainda que está empregando todos os esforços para que o delegado seja inocentado.
A defesa dos agentes afirma ter certeza da inocência deles e diz que as denúncias são absurdas.
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