Estelionatos aumentam 52% nas regiões de Piracicaba e Campinas: ‘para onde foi meu dinheiro?’, questiona vítima

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Ao todo, nas maiores cidades da EPTV, foram registrados 29.756 casos de estelionatos no ano passado. Em 2021, os municípios somaram 19.655 ocorrências desse tipo de crime. Aumenta o número de pessoas vítimas de estelionato nas cinco maiores cidades da região
O número de pessoas vítimas de estelionato aumentou em 51,59% entre 2021 e 2022 nas maiores cidades das regiões de Piracicaba (SP) e Campinas (SP), de acordo com dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), divulgados por meio da Lei de Acesso à Informação à EPTV, afiliada da Globo no interior de SP.
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Os números da SSP-SP tratam de ocorrências de Campinas (SP), Limeira (SP), Indaiatuba (SP), Piracicaba (SP) e Sumaré (SP). Ao todo, nessas cidades, foram registrados 29.756 casos de estelionatos no ano passado. Em 2021, os municípios somaram 19.655 ocorrências desse tipo de crime.
Neste ano, de janeiro a agosto de 2023, as cidades tiveram 5.512 notificações de estelionatos.
Uma moradora de Piracicaba relata ter tido prejuízos após investir R$ 1 milhão em um suposto fundo em Nova Iorque com um conhecido. Quando ela tentou pegar o dinheiro de volta, conseguiu apenas parte do valor. A vítima registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil e o caso está em investigação.
Ela preferiu não se identificar, mas conta que perdeu as economias que juntou por anos. “Quando eu vendi minha casa me surgiu essa oportunidade, que ele [o suposto investidor] veio até mim e disse que faria um investimento em fundos em Nova Iorque. E eu senti uma confiança muito grande”, contou.
Regiões de Piracicaba e Campinas registram aumento de 52% em estelionatos
Reprodução/EPTV
Ela relata que conhecia a família da pessoa e também outras pessoas que aplicaram no suposto fundo, mas também perderam dinheiro. Além disso, o golpista tinha um padrão de vida alto e um escritório refinado.
“Era um escritório maravilhoso, com muitas pessoas operando. Nesse dia eu perguntei para ele ‘qual é o risco de eu estar aplicando com você?’. Ele falou: ‘Não, você não perde esse dinheiro’. Então eu deixei esse dinheiro aplicado lá por um tempo”, contou.
No entanto, ela relata que quando precisou do dinheiro, a pessoa pagou em duas vezes um valor bem menor do que os R$ 1.043.000,00 que aplicou. “E para onde foi esse dinheiro? Não faço ideia.”
Golpes mais comuns
O estelionato é um crime patrimonial, que lesa o patrimônio da vítima por meio de fraude e engano. Ele pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha a intenção de enganar outra para obter vantagens.
Ele afirma que para ser considerado estelionato, o crime precisa ter tido: obtenção de vantagem ilícita, causar prejuízo a outra pessoa, uso de meio de artimanha, enganar alguém ou levar ao erro.
Segundo o delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Antônio Dota, existe uma lista de estelionatos mais comuns. “Os golpes mais comuns na delegacia são golpe do Tinder, golpe do amor, golpe do boleto falso, golpe do PIX, golpe do site de compras, que são sites falsos…”, relatou.
Algumas vezes os estelionatários, ou golpistas, conseguem informações da vítima, se passando por instituições nas quais a pessoa já confia, como bancos ou lojas.
“O estelionato é um crime que depende de representação. A vítima tão logo perceba o golpe deve comparecer na delegacia de polícia, registrar o boletim de ocorrência e manifestar a vontade de representar. Para que a polícia possa iniciar a investigação”, finaliza o delegado.
Estelionato digital
A região de Piracicaba registra uma média de um caso de estelionato digital por dia. Segundo dados da SSP-SP, entre janeiro e julho deste ano, foram 207 boletins de ocorrência registrados.
Conforme diz o código penal brasileiro, o estelionato digital é aplicar golpes, para obter alguma vantagem, na maioria das vezes em dinheiro, por meio das plataformas digitais.
Apenas na metrópole Piracicaba foram 85 registros. Na sequência aparecem Santa Bárbara d’Oeste, com 39, e Capivari, com 36.
Em 49 dos casos, a vítima detalhou que o crime foi praticado por meio de redes sociais ou aplicativos de trocas de mensagens. Em outras ocorrências, não foi especificado o meio digital utilizado.
Estelionato digital teve 207 boletins de ocorrência registrados entre janeiro e julho deste ano na região
TV TEM/Reprodução
Como evitar cair em golpes
No caso de ofertas digitais, ficar atento à URL;
Desconfiar de ofertas muito vantajosas;
Combinar encontros, se precisar, em locais públicos e movimentados;
Ficar atento à chave PIX fornecida.
Qual é a punição prevista em lei? ⚖
O crime de estelionato digital é um agravante do crime de estelionato, após mudança em lei estabelecida em 2021, que alterou o código penal e incluiu fraude eletrônica, popularmente conhecida como estelionato digital, como uma forma qualificada do crime de estelionato, e por isso recebe pena mais severa.
Quem é julgado como culpado pelo crime comum de estelionato recebe pena de 1 a 5 anos de prisão. Porém, após a alteração na lei, com o agravante digital, a pena para essa tipificação é de 4 a 8 anos e pode ser aumentada em até dois terços, caso o crime seja cometido com uso de servidor (computador para armazenar dados) que esteja fora do Brasil.
Além disso, caso o estelionato digital seja cometido contra entidade pública a pena pode ser acrescida em um terço.
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