Chuvas transformam a paisagem no Pantanal; confira

Os níveis dos rios Miranda e Paraguai subiram, e o encontro das águas tem produzido imagens deslumbrantes. Chuva acima do esperado transforma a paisagem do Pantanal
As chuvas transformaram a paisagem no Pantanal. Os níveis dos rios Miranda e Paraguai subiram, e o encontro das águas tem produzido imagens deslumbrantes.
Do alto, é possível contemplar a grandeza do bioma. Aos poucos, a vegetação renasce e floresce. Quando chove, tem festa nas árvores.
Chuvas são sempre bem-vindas no Pantanal. Em Miranda, de janeiro a abril, choveu 54% acima do esperado. O rio que leva o nome da cidade transbordou e transformou a paisagem. E quando as águas de dois gigantes se encontram, surge um espetáculo.
Quando a gente para o barco para tentar observar melhor esse encontro das águas, não dá para ver tanto a diferença dos rios Miranda e Paraguai, mas mudando o ângulo, vendo de cima, dá para ver que eles têm colorações diferentes, e esse fenômeno da natureza tem explicação.
“O Rio Miranda é bem menor que o Paraguai, portanto, ele tende a ser mais quente; e quando a água mais quente tem menor densidade, então ela vai flutuar sobre as águas do Rio Paraguai, e isso também leva a um pouco mais de demora para haver a mistura entre as duas águas”, explica Carlos Padovani, pesquisador Embrapa Pantanal.
O oficial de Justiça, Gerson Lastrenski, é do Paraná, e se encanta com as mudanças da paisagem. “A natureza se recupera muito rápido aqui, é bonito de ver. E os animais que a gente vê aqui, você vê bastante jacaré, capivara, lontra. É bonito, muito bom”, conta.
Para o fotógrafo Victor Ramanho, a cheia dá mais cor para as fotos. “A gente fica muito feliz porque o Pantanal agora com essa enchente que está dando nele, ele está com vida, com bastante verde. Está muito lindo mesmo”, diz Victor.
Mas a inundação não deve se prolongar, já que o Rio Paraguai ainda não chegou ao nível ideal.
“Quando tem essa cheia na região norte do Paraguai, enche o Rio Paraguai, e ele forma essa barreira; e todos os outros rios que correm para o Paraguai, com esse rio cheio, acabam também inundando. Quando isso não ocorre no Rio Paraguai, mesmo com essa chuva dentro do Pantanal ou nas cabeceiras aqui da região sul, nessa região do Miranda, Aquidauana, até do Taquari, você tem uma cheia, mas é uma cheia que esvazia também mais rápido”, explica Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas.
O ciclo das águas muda a rotina de quem vive por lá. Quem sentiu de perto o medo do fogo, agora comemora.
“Você vê aquilo pegando fogo, os animais sofrendo. Até para nós mesmo, sofremos com aquela fumaça. Para nós, ver essa natureza linda hoje, para mim é vida. É uma vida”, relata o guia de pesca Roberto Silva Lopes.

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