Ciclone Mocha obriga milhares a deixarem suas casas em Bangladesh e Mianmar

ciclone-mocha-obriga-milhares-a-deixarem-suas-casas-em-bangladesh-e-mianmar

ciclone-mocha-obriga-milhares-a-deixarem-suas-casas-em-bangladesh-e-mianmar


Temporais com ventos de até 175 km/h devem atingir litoral dos dois países neste domingo (14). Acampamento com cerca de um milhão de refugiados da etnia rohingya está na rota das tempestades. Campos de refugiados em Cox’s Bazar, Bangladesh, em imagem de 24 de março de 2021.
Reuters/Mohammad Ponir Hossain
A aproximação do ciclone Mocha, que deve atingir o litoral de Bangladesh e de Mianmar neste domingo (14), fez milhares de pessoas deixarem suas casas. As fortes tempestades, com ventos de até 175 km/h, são esperadas para a costa leste dos dois países.
No caminho dos temporais, está a região de Cox’s Bazar, em Bangladesh, distrito fronteiriço que abriga um acampamento com cerca de um milhão de refugiados da etnia rohingya. A maioria fugiu de uma repressão liderada pelos militares em Mianmar, em 2017.
De acordo com o Departamento Meteorológico de Bangladesh, o ciclone Mocha deve se intensificar no domingo e atingir principalmente Cox’s Bazar, que fica na fronteira entre os dois países.
Fora dos campos de refugiados, pelo menos 5 mil pessoas já se mudaram para abrigos contra ciclones em Bangladesh. As autoridades do país também informaram que estão trabalhando para evacuar 500 mil pessoas que estariam no caminho do ciclone.
Categorizado como uma tempestade ciclônica muito severa, capaz de desencadear ondas do mar de até 3,66 metros, o ciclone Mocha também deve atingir o estado de Rakhine e a região noroeste de Mianmar, onde seis milhões de pessoas precisam de assistência humanitária e 1,2 milhão estão deslocadas, segundo o gabinete humanitário da ONU.
Em Bangladesh, Mohammad Shamsud Douza, uma autoridade governamental responsável pelos refugiados, afirmou que os trabalhos estão concentrados em “salvar vidas”. “As pessoas que correm o risco de deslizamentos de terra serão retiradas”, disse.
Ainda segundo Shamsud Douza, milhares de trabalhadores comunitários e voluntários já foram mobilizados, juntamente com equipes médicas e de resgate que estão de prontidão.
Em Mianmar, pelo menos 10 mil pessoas deixaram suas casas no Estado de Rakhine, para áreas mais seguras, segundo a mídia local.
“Todo mundo está tentando deixar a cidade desde a tarde de ontem”, disse um morador da capital de Rakhine, Sittwe, que pediu para não ser identificado. “Poucas pessoas permanecem na minha rua, apenas minha família.”
Em Mianmar, o Programa Mundial de Alimentos disse que estava preparando suprimentos de emergência que poderiam ajudar mais de 400 mil pessoas em Rakhine e arredores por um mês.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.