Shell tem queda no lucro anual com preços mais baixos do petróleo

A gigante britânica do petróleo Shell relatou, nesta quinta-feira (30), uma queda significativa no lucro anual, citando maiores baixas contábeis em exploração, margens de negociação mais baixas e preços mais fracos do petróleo bruto nos últimos três meses do ano.

A Shell registrou um lucro ajustado de US$ 23,72 bilhões em 2024, comparado ao lucro anual de US$ 28,25 bilhões no ano anterior.

Os analistas esperavam que o lucro líquido da Shell em 2024 fosse de US$ 24,71 bilhões, de acordo com um consenso compilado pela LSEG. Uma previsão separada de analistas consultados pela Vara Research previa um lucro anual de US$ 24,11 bilhões.

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A empresa de energia registrou um lucro ajustado de US$ 3,66 bilhões no último trimestre de 2024, abaixo do esperado.

A Shell anunciou um aumento de 4% no dividendo por ação e lançou outro programa de recompra de ações no valor de US$ 3,5 bilhões, que deve ser concluído nos próximos três meses.

Falando ao programa “Squawk Box Europe” da CNBC nesta quinta-feira, o CEO da Shell, Wael Sawan, descreveu 2024 como um “ano muito forte”, que deu à empresa uma plataforma “para fazer tudo o que dissemos que iríamos fazer”.

Questionado se era o momento de a Shell transferir sua listagem de Londres para Nova York para reduzir a diferença de avaliação em relação aos concorrentes americanos, Sawan afirmou que a empresa “está sempre revisando listagens de sede e assuntos semelhantes”.

No entanto, “não há uma discussão em andamento sobre isso na Shell no momento, porque nossa principal prioridade é garantir que desbloqueemos todo o potencial da empresa”, ressaltou Sawan.

As ações da empresa, listada na Bolsa de Londres, subiam 0,4% às 9h25 no horário local.

Outros destaques dos resultados:

• O fluxo de caixa operacional do ano totalizou US$ 54,68 bilhões, superando as expectativas dos analistas;
• A dívida líquida ao final de 2024 foi US$ 4,7 bilhões menor do que no início do ano.

As principais empresas de petróleo e gás do mundo viram seus lucros caírem em relação aos níveis recordes de 2022, quando a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia fez o preço do petróleo Brent atingir quase US$ 140 por barril.

Desde então, os preços do petróleo esfriaram devido à demanda global enfraquecida, com os contratos futuros do Brent registrando uma média de US$ 80 por barril em 2024, cerca de US$ 2 a menos do que no ano anterior, segundo a Administração de Informação sobre Energia dos EUA.

Em uma atualização comercial em 8 de janeiro, a Shell reduziu sua perspectiva de produção de gás natural liquefeito (GNL) para os últimos três meses de 2024 e alertou que os resultados de negociação de sua divisão de produtos químicos e derivados de petróleo deveriam ser “significativamente mais baixos” em uma base trimestral.

‘Primeiro sprint’

Os resultados anuais da Shell chegam no momento em que a empresa entra na reta final de sua chamada estratégia “primeiro sprint”. Lançada em 2023 e válida até o final deste ano, a estratégia busca reduzir a diferença de avaliação em relação aos concorrentes americanos, aumentando a rentabilidade da companhia.

O CEO Wael Sawan tem priorizado as operações mais lucrativas de petróleo e gás da empresa como parte dessa mudança, ao mesmo tempo em que reduz investimentos em áreas como energia eólica offshore e hidrogênio, além de se retirar dos mercados de eletricidade na Europa e na China.

Como outras grandes petroleiras, a Shell tem flexibilizado suas metas climáticas e investimentos verdes nos últimos anos. No entanto, a empresa afirma que continua comprometida em se tornar um negócio de energia com emissões líquidas zero até 2050.

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